Política

MP-RJ investiga se o bicheiro Rogério de Andrade mandou matar Marielle

Andrade é o principal alvo da Operação Calígula, deflagrada nesta terça-feira 10

Entrevista coletiva do MP-RJ após a Operação Calígula. Foto: Reprodução/GloboNews
Apoie Siga-nos no

O Ministério Público do Rio de Janeiro admitiu investigar se o bicheiro Rogério de Andrade, o principal alvo de uma operação deflagrada nesta terça-feira 10, é o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018.

“Há várias linhas sendo investigadas. Essa é uma delas. Não podemos dizer que sim, nem que não. Se houvesse elementos, hoje, ele estaria denunciado”, disse o promotor Diogo Erthal em entrevista coletiva de procuradores sobre a Operação Calígula.

A operação mira uma rede de jogos de azar explorada por Rogério de Andrade, pelo filho dele, Gustavo de Andrade, e pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, réu pela morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Os procuradores concluíram que a parceria entre Rogério e Ronnie data pelo menos de 2009. De acordo com a denúncia, porém, os dois se reaproximaram em 2018, o ano do assassinato de Marielle.

Segundo o promotor Marcelo Winter, a investigação “evidencia que no momento contemporâneo à morte da Marielle os dois eram muito próximos”.

“Em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram e abriram uma casa de apostas no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, havendo elementos indicando a previsão de inauguração de outras casas na Zona Oeste.”

Nesta terça, o juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio, acolheu a solicitação do MP-RJ para incluir o mandado de prisão de Andrade na lista de difusão vermelha da Interpol.

A operação deve cumprir 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, incluindo em quatro bingos comandados pelo grupo. 30 pessoas são alvos de denúncias pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Até aqui, constam entre as apreensões 48.251,20 reais, 2.200 dólares, 4.420 pesos argentinos e 70 pesos uruguaios, todos em espécie. Também foram obtidos 3.800 reais em cheque, 107 máquinas de caça-níquel e cópias de processos.

A defesa de Ronnie Lessa se manifestou por meio da seguinte nota: “Soubemos pela imprensa do ocorrido. Nós ainda vamos nos inteirar do que está acontecendo. Saber se há alguma acusação, qual acusação e quais os elementos que subsidiam ela. Por enquanto, não temos como nos posicionar. Estamos no escuro”.

O advogado Ary Bergher, que representa Rogério e Gustavo de Andrade, alegou que a operação desrespeita uma decisão do Supremo Tribunal Federal que trancou a investigação. Disse Bergher ao jornal O Globo: “A defesa, até agora, não teve acesso aos procedimentos de busca e apreensão e de prisão”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar