Política
MP oferece acordo a Marçal para encerrar o caso da expedição ao Pico dos Marins
O órgão denunciou o coach por ‘expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente’ no interior de São Paulo


O Ministério Público de São Paulo propôs um acordo para Pablo Marçal (PRTB) pagar 273,2 mil reais e arquivar o processo que o acusa de colocar em risco 32 pessoas em uma expedição ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), em 2022.
O órgão denunciou o coach por “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”. A pena prevista é de detenção de três meses a um ano.
Apesar de denunciar Marçal, o MP ofereceu a possibilidade de transação penal, por meio da qual o acusado pagaria o equivalente a 180 salários mínimos. O montante chegaria a uma entidade com destinação social.
O acordo se aplica a casos de menor gravidade ou com pena inferior a dois anos.
Após o MP apresentar a denúncia, em 7 de março, a juíza Rafaela Glioche, da Comarca de Piquete, mandou a defesa de Marçal se manifestar em até 15 dias.
Conforme a acusação do MP-SP, a chuva se intensificou quando o grupo liderado por Marçal subia a trilha rumo ao cume, “com pouca visibilidade, o que tornava o trajeto inóspito, permeado de lama e pedras escorregadias, afora o risco de hipotermia”.
Marçal, porém, chamou o guia de “covarde” e desdenhou dos alertas, segundo a denúncia. A expedição ocorreu entre 4 e 5 de janeiro de 2022, um período contraindicado, “sob o infundado pretexto de que as vítimas por ele guiadas precisariam correr riscos, enfrentando a natureza hostil daquele período, sem o que não seriam capazes de vencer e prosperar na vida”.
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