Política

MP investiga envolvimento de ex-mulher e colega de Bolsonaro nas rachadinhas

Além de Queiroz, Ana Cristina Vale e coronel reformado do Exército estariam envolvidos no esquema de desvio de dinheiro

Foto: Reprodução
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O Ministério Público do Rio de Janeiro apontou que, além do militar aposentado Fabrício Queiroz, outras duas pessoas estavam envolvidas no esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual fluminense. As informações são da colunista do UOL Juliana Dal Piva. 

Os outros operadores do esquema seriam Ana Cristina Valle, segunda mulher do presidente Jair Bolsonaro, mãe do “zero quatro”, Jair Renan, e Guilherme dos Santos Hudson, ex-colega do presidente, segundo pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal, obtido pela colunista.

“O modus operandi da ‘rachadinha’ normalmente está associado à realização de saques de dinheiro em espécie nas contas dos assessores ‘fantasmas’, seguidos da entrega dos valores a funcionários de confiança do gabinete, aos quais incumbe a arrecadação dos valores desviados. Pelos indícios colhidos no curso da investigação e acima relacionados, essas pessoas de confiança seriam Fabrício Queiroz e Ana Cristina Valle ou Guilherme Henrique dos Santos Hudson”, informou a promotoria para a juíza Neusa Regina Leite, da 14ª Vara de Fazenda Pública.

O envolvimento de Ana Cristina e Hudson consta no depoimento da ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Valle. 

Ao Ministério Público, a irmã de Ana Cristina admitiu que, em 2018, realizava a entrega de 7 mil reais mensais para um tio chamado Guilherme dos Santos Hudson, coronel reformado do Exército e ex-colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras. 

“O tio Hudson também já tirou o corpo fora também porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e buscava no banco era ele”, contou Andrea.

O Ministério Público fluminense trabalha com a teoria de que existiriam três grupos atuantes no desvio de recursos públicos no gabinete de Flávio Bolsonaro. 

O primeiro, formado por Queiroz e seus familiares, um segundo, com familiares de Ana Cristina e um terceiro, constituídos por “funcionários fantasmas”. 

Ao todo, 36 pessoas e três empresas são investigadas no esquema. 

Além de Flávio e sua mulher, Fernanda, o MP também determinou a quebra de sigilo do ex-sócio de Flávio, Alexandre Santini, e de Marcelo Nogueira, ex-funcionário de Ana Cristina Valle, acusados de devolver até 80% dos salários que recebiam do gabinete do agora senador. 

Em 2019, a quebra de sigilo de Flávio já havia sido determinada, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça anulou os dados obtidos na medida por entender faltar fundamentação na decisão do juiz Flávio Itabaiana que autorizou a quebra. 

Em novembro, as decisões e a coleta de provas também foram anuladas após determinar-se a incompetência do juiz responsável pelas investigações levando em consideração o foro por prerrogativa de função de Flávio. 

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