Política
MP denuncia ministro do Turismo por esquema de laranjas do PSL
Marcelo Álvaro Antônio era presidente do PSL em Minas Gerais durante as eleições de 2018
O Ministério Público estadual de Minas Gerais apresentou denúncia, nesta sexta-feira 4, contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), por envolvimento no esquema de laranjas no partido do presidente Jair Bolsonaro.
A promotoria também encaminhou denúncia contra mais dez pessoas, entre elas, os ex-assessores do ministro, Haissander de Paula e Mateus Von Rondon, e o deputado estadual Professor Irineu (PSL).
A Polícia Federal havia indiciado o ministro do Turismo pelo inquérito que integra a Operação Sufrágio Ostentação, que investiga desvios de recursos de candidaturas femininas de fachada nas eleições de 2018. Na época, o ministro do Turismo era presidente do PSL no estado de Minas Gerais.
Segundo a lei, cada partido é obrigado a garantir, no mínimo, 30% de candidatas do sexo feminino. As legendas recebem recursos exclusivos para estas candidaturas. Para a PF, a sigla apresentava as candidatas sem o objetivo de que fossem eleitas, com o propósito apenas de obter os fundos destinados a estas candidaturas.
Álvaro Antônio foi indiciado por suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa, com pena de cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.
A Polícia já havia indiciado as ex-candidatas Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida, que receberam, em conjunto, aproximadamente 2100 votos.
Os assessores do ministro, Mateus Von Rondon e Haissander de Souza, também foram indiciados, em julho, junto a Roberto Soares, coordenador da campanha de Álvaro Antônio.
Em nota, o Ministério do Turismo afirmou que Álvaro Antônio não recebeu a notícia formalmente, mas que “a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada”.
“O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ainda não foi notificado oficialmente da decisão, mas reafirma sua confiança na Justiça e reforça sua convicção de que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada. Assim como vem declarando desde o início da investigação, que teve como base uma campanha difamatória e mentirosa, o ministro reitera que não cometeu qualquer irregularidade na campanha eleitoral de 2018. O ministro está focado em seu trabalho à frente do Ministério do Turismo e segue sua agenda normalmente”, declarou a pasta.
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