Mourão, hoje senador, volta a exaltar o golpe de 1964; a ditadura fechou o Congresso

O general da reserva, ex-vice-presidente, alegou que naquele ano 'a Nação se salvou a si mesma'

O senador Hamilton Mourão em discurso no plenário em 8 de fevereiro de 2024. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

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O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva do Exército, publicou neste domingo 31 uma mensagem simpática ao golpe de 1964. O ex-vice-presidente fez o mesmo em outras ocasiões nos últimos anos.

“A história não se apaga e nem se reescreve, em 31 de março de 1964 a Nação se salvou a si mesma!”, escreveu o parlamentar nas redes sociais.

A ditadura militar fechou três vezes o Congresso Nacional. O Ato Institucional nº 2 deu ao presidente da República o poder de decretar o recesso do Parlamento – nesse período, portanto, o militar na chefia do Executivo tinha a prerrogativa de legislar.

Em 20 de outubro de 1966, o marechal Castelo Branco decretou recesso por um mês, para supostamente conter um “agrupamento de elementos contrarrevolucionários” que teria se formado no Legislativo “com a finalidade de tumultuar a paz pública”.

Em 13 de dezembro de 1968, o marechal Costa e Silva baixou o AI-5 e fechou o Congresso para oficialmente combater “ideologias contrárias às tradições de nosso povo”.

O último a decretar o fechamento do Legislativo foi o general Ernesto Geisel, em 1977, por meio do “pacote de abril”, depois de o Congresso rejeitar uma emenda constitucional. Geisel alegou que o MDB havia estabelecido uma “ditadura da minoria”.


Em 2014, após dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade apontou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no País. Entre elas, 210 são desaparecidas.

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