Mourão foi a Angola para pedir retorno da Igreja Universal ao país africano

Após denúncias do ramo africano da igreja, a Justiça angolana proibiu pastores brasileiros de atuar no país

Apoie Siga-nos no

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, esteve em Angola oficialmente para representar o Brasil na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Luanda. A missão principal de Mourão, no entanto, era outra: interceder pela Igreja Universal, comandada por Edir Macedo.

A atuação em favor da igreja foi relatada pelo próprio Mourão em entrevista à Agência Lusa na Angola:

“Essa questão da Igreja Universal aqui afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui [no Brasil], com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da igreja”, afirmou.

A questão a qual se refere o vice-presidente é o fato de a direção brasileira da Igreja Universal do Reino de Deus, comandada pelo bispo Edir Macedo, estar impedida de atuar em Angola desde que líderes da sede angolana denunciaram uma série de irregularidades por parte dos brasileiros. Entre as denúncias estão expatriação ilícita de capital, racismo, discriminação e abuso de autoridade.

Após as denúncias que começaram em 2019, os diretores africanos pediram na Justiça o rompimento com o comando brasileiro. O pedido foi concedido em 2020 e desde então bispos e pastores brasileiros não puderam renovar os vistos, ficando impedidos de atuar no País.

Em abril deste ano a TV Record, emissora de Edir Macedo, também foi retirada do ar por decisão judicial que alegou ‘inconformidades com a legislação do País’.


Sobre a atuação do governo brasileiro pelo retorno da Universal ao País, Mourão reconhece não ser um assunto de competência governamental, mas afirmou que é de ‘interesse’ do Brasil que os religiosos entrem em um acordo. Na entrevista, o general destacou ainda que uma delegação parlamentar deve ser deslocada ao País para interceder pela IURD.

“O governo brasileiro gostaria que se chegasse a um consenso entre essas duas partes e que o Estado angolano recebesse a delegação parlamentar brasileira que quer vir aqui para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças que ocorreram”, afirmou.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.