Política

Mourão admite risco de país perder investimentos devido ao desmatamento

“Em nenhum momento investidores se comprometeram com investimento, eles querem ver resultados”, disse o vice-presidente

Mourão admite risco de país perder investimentos devido ao desmatamento
Mourão admite risco de país perder investimentos devido ao desmatamento
O General Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil. Foto: Suamy Beydoun/AGIF/AFP O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), cuja mulher é contratada pela Poupex. Foto: Suamy Beydoun/AGIF/AFP
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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou que a resposta à desconfiança dos investidores estrangeiros no Brasil terá de ser dada com a redução de queimadas e desmatamentos na Amazônia. A declaração foi dada nesta quinta-feira 9, em uma coletiva de imprensa, feita após o vice-presidente participar de reunião online com investidores.

“Em nenhum momento investidores se comprometeram com investimento, eles querem ver resultados”, admitiu. “Resultados que querem ver é redução de desmatamento”, declarou Mourão, que também é responsável pelo Conselho Nacional da Amazônia.

Ele ainda afirmou que segue com tratativas para a retomar os investimentos de países como Noruega e Alemanha que financiam o Fundo Amazônia e, no ano passado, anunciaram o bloqueio de repasses devido à postura combativa do presidente Jair Bolsonaro contra os países.

 

Uma reportagem do Estado de S. Paulo veiculada nesta quinta, no entanto, aponta que o governo Bolsonaro tem deixado de usar os recursos do Fundo para combater os crimes na floresta. Segundo apuração, mais de R$ 33 milhões estão disponíveis para ações de combate a incêndios pelo Ibama e para que o Ministério da Justiça amplie o trabalho de fiscalização na floresta pela Força Nacional.

De acordo com a reportagem, os recursos estão engavetados BNDES. O Ibama não acessa o dinheiro há mais de dois anos. No caso da Força Nacional, o único saque ocorreu três anos e meio atrás. O uso do orçamento, que já foi ínfimo durante o governo do ex-presidente Michel Temer, parou de vez sob a gestão de Bolsonaro.

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