Política
Motta defende cobrar mais de bancos e empresas para compensar nova isenção do IR
A comissão especial para tratar do tema será instalada na terça 6, na Câmara dos Deputados


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira 5 que uma das alternativas para compensar o aumento da isenção do Imposto de Renda é cobrar mais de bancos e empresas.
“O Congresso vai aprovar sim, ela é boa, mas não pode ser danosa para a economia. Outras saídas [compensações] podem ser encontradas e isso está sendo discutido, como, por exemplo, cobrar um pouco mais de bancos, de pessoas jurídicas e não apenas de pessoas físicas”, disse ao programa Bom Dia Paraíba, da afiliada da TV Globo no estado.
Por ora, a proposta do governo Lula (PT) para compensar uma perda de receita com o aumento da isenção é um imposto mínimo de até 10% para quem ganha mais de 50 mil reais por mês, o equivalente a 600 mil por ano.
Hugo Motta também declarou que a comissão especial para tratar do tema será instalada na terça 6. “O trabalho da comissão especial é para isso: para ouvir a sociedade, ouvir o setor produtivo, ouvir economistas e membros do governo para que se encontre o melhor texto possível, e aprová-lo até o final do ano.”
O relator da proposta é o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Anistia
O presidente da Câmara ainda se pronunciou sobre o acordo entre Legislativo, Executivo e Judiciário para diminuir as penas dos golpistas de 8 de Janeiro que operaram a destruição da Praça dos Três Poderes. Segundo Motta, existe um consenso, inclusive no Supremo Tribunal Federal, de que há “excessos” na dosimetria das penas, mas que essa discussão não pode alcançar quem planejou, estimulou e financiou a tentativa de golpe.
“Essa discussão tem de ser feita, mas quero conduzir com serenidade e equilíbrio, para que, ao final, tenhamos um País mais forte e instituições mais fortes”, completou.
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