Política
Morre Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB
Antes do liderar os tucanos, o deputado passou pelo PDT e PSB, legenda pela qual foi secretário estadual do governo de Pernambuco na gestão de Miguel Arraes.


O deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE) morreu hoje (6) em São Paulo, onde estava internado no Hospital Sírio Libanês. Ele morreu vítima de pneumonia decorrente de complicações de um câncer de pulmão. Aos 66 anos, ele deixa quatro filhos. O velório e o enterro ocorrerão no Recife.
Formado em economia, o deputado federal Severino Sérgio Estelita Guerra, ex-presidente nacional do PSDB, entrou formalmente na política em 1981 quando se filiou ao PMDB e se elegeu no ano seguinte deputado estadual por Pernambuco. Criador de gado e de cavalos de raça, Sérgio Guerra nasceu no Recife, em 1947, em uma família de políticos.
Até chegar à presidência do partido tucano, o deputado passou pelo PDT e PSB, legenda pela qual foi secretário estadual do governo de Pernambuco na gestão de Miguel Arraes. Deputado estadual por dois mandatos, entre 1982 e 1988, chegou ao Congresso Nacional em 1989 ocupando uma das cadeiras da bancada pernambucana na Câmara. Em 2002, ele chegou ao Senado, mesmo ano em que o PT elegeu Luiz Inácio Lula da Silva.
Na Casa, ele foi líder do partido e um dos principais críticos do governo do PT. Ele atuou em várias comissões parlamentares de inquérito (CPIs), entre elas, a dos Correios que investigou um esquema de compra de votos na base do governo.
Em 2006, Sérgio Guerra assumiu a campanha do candidato tucano à Presidência Geraldo Alckmin. No ano seguinte, foi eleito presidente nacional do PSDB no lugar do então senador Tasso Jereissati (CE). Em 2009, Sérgio Guerra tentou formalizar um acordo com os pré-candidatos à Presidência da República pelo partido, o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e o de São Paulo, José Serra. A proposta não vingou e Serra, candidato do partido, foi derrotado por Dilma Rousseff.
Na mesma eleição, com dificuldades políticas regionais, Guerra deixou o Senado para concorrer a um mandato na Câmara dos Deputados.
Repercussão. A presidenta Dilma Rousseff lamentou a morte do deputado federal e ex-presidente do PSDB. “Foi com pesar que tomei conhecimento da morte do deputado federal Sérgio Guerra. Aos amigos e familiares, solidarizo-me neste momento de dor”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto.
O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que recebeu com profundo pesar a notícia do falecimento do deputado e determinou que as bandeiras do Brasil que ficam em frente à Câmara e ao Senado fiquem a meio mastro por três dias em sinal de luto.
“Sérgio Guerra foi uma referência como democrata e homem público em todos os cargos que exerceu. No Senado, onde cumpriu com dedicação mandato entre 2003 e 2011, Sérgio Guerra se destacou pela amizade e cordialidade com os seus pares. O povo de Pernambuco e o Congresso Nacional perdem muito com a ausência de Sérgio Guerra. Eu, particularmente, perco um grande amigo, com quem desfrutei inúmeros momentos de fraternidade e alegria”, destacou em nota à imprensa. Ainda segundo Renan, um requerimento de voto de pesar será votado na sessão plenária de hoje (6), com a solicitação de um minuto de silêncio em homenagem a Guerra.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também lamentou a morte do deputado. Segundo Alckmin, Sérgio Guerra era um homem de visão nacional, entendia do Brasil e praticamente doou sua vida aos interesses do povo brasileiro. O governador disse que o conheceu melhor quando foi candidato à Presidência da República, em 2010, e teve Guerra como coordenador de campanha. “Era um homem do diálogo, agregador, conversava com todas as correntes e partidos. Vai fazer muita falta neste momento que o Brasil vive.”
Segundo o Diretório do PSDB em Pernambuco, o velório do deputado será na sexta-feira 7, a partir das 11 horas, na Assembleia Legislativa do estado (Alepe). O corpo será cremado às 16 horas no Cemitério Morada da Paz, na região metropolitana do Recife.
Com informações da Agência Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.