Política
Morre aos 80 anos Marco Maciel, vice-presidente nos mandatos de FHC
Ex-vice, que também atuou como senador, deputado e governador de Pernambuco, morreu em Brasília neste sábado


Morreu o ex-vice-presidente da República Marco Maciel, aos 80 anos, na madrugada deste sábado 12. Ele estava internado em Brasília desde março e foi sepultado no Cemitério Campo da Esperança, também na capital federal.
Maciel atuou como vice-presidente nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995 e 2002. Também foi senador, deputado estadual e federal e governador de Pernambuco entre 1979 e 1982.
Disputou as últimas eleições em 2010, quanto tentou o quarto mandato de senador.
Nas redes, políticos lamentaram o falecimento. ACM Neto, presidente nacional do Democratas, afirmou que Maciel foi “foi uma liderança capaz de motivar políticos de todas as idades”, incluindo ACM.
Maciel também foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 18 de dezembro de 2003, como oitavo ocupante da Cadeira nº 39, na sucessão de Roberto Marinho.
Recebeu ainda títulos de Cidadão Honorário de 42 cidades brasileiras, a maioria delas em Pernambuco. A ele é atribuída a autoria de frases célebres como: “Tudo pode acontecer, inclusive nada”.
Marco Maciel foi um dos fundadores e um dos mais importantes quadros do nosso partido. Com sua exemplar atuação na vida pública, escreveu uma história irretocável de dedicação ao nosso país. pic.twitter.com/1XrEY9sTBV
— ACM Neto (@acmneto_) June 12, 2021
Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e presidenciável para 2022, afirmou que Maciel “dignificou as melhores tradições pernambucanas na política brasileira”.
https://twitter.com/cirogomes/status/1403669032486817793
Trajetória
Marco Antônio de Oliveira Maciel nasceu em Recife no dia 21 de julho de 1940. Casado com a socióloga Anna Maria Ferreira Maciel, foi pai de três filhos e avô de quatro netos. Era formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e também foi professor e advogado.
Iniciou sua carreira política em 1963 ao ser eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes de Pernambuco, enquanto cursava Direito na UFPE. Elegeu-se em 1966 deputado estadual em Pernambuco pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação do governo militar.
Também pela Arena, foi deputado federal por dois mandatos, de 1971 a 1974 e de 1975 a 1978. Eleito presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro de 1977, enfrentou em abril o fechamento provisório do Congresso pelo então presidente da República, Ernesto Geisel, sob o pretexto de implementar a reforma no Poder Judiciário proposta pelo governo, cujo encaminhamento vinha sendo obstruído pela oposição.
No final de 1978, foi eleito pela Assembleia Legislativa de Pernambuco para o cargo de governador do estado, após indicação do presidente Ernesto Geisel, corroborada pelo sucessor de Geisel, general João Batista Figueiredo. Seu mandato terminou em 1982 e, no ano seguinte, chegou ao Senado.
Em 1994, Marco Maciel foi indicado pelo PFL para substituir o senador alagoano Guilherme Palmeira como vice-presidente na chapa de Fernando Henrique Cardoso. A candidatura de Palmeira havia sido inviabilizada após denúncia de favorecimento de empreiteira por meio de emendas ao Orçamento da União. Maciel havia sido um dos primeiros líderes de seu partido a defender o apoio do PFL ao nome de Fernando Henrique.
Em 1º de janeiro de 2003, deixou a vice-presidência da República e, no mês seguinte, assumiu sua vaga no Senado por Pernambuco, eleito pelo PFL. Tendo apoiado o candidato José Serra (PSDB) nas eleições de 2002, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva, Maciel passou a fazer oposição ao novo governo. Ainda em 2007, filiou-se ao Democratas (DEM), sigla que sucedeu o PFL.
*Com informações da Agência Brasil
**Matéria atualizada às 19h
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