Política
Moro volta a cuidar de caso de Richa após decisão da Justiça Eleitoral
Investigação contra ex-governador foi remetida novamente ao juiz de primeira instância em Curitiba
A juíza eleitoral Mayra Rocco Stainsack devolveu ao juiz Sérgio Moro um inquérito que investiga se Beto Richa, ex-governador do Paraná e pré-candidato ao Senado pelo PSDB, cometeu crimes em um processo de licitação da duplicação de uma rodovia estadual. A decisão da Justiça foi revelada pelo portal G1.
O caso investiga se houve favorecimento à Odebrecht em troca de propina para a campanha de reeleição do tucano ao governo, em 2014. Em junho, Moro enviou os autos do processo à Justiça Eleitoral por determinação da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça.
Leia também:
O peso do DNA no cenário eleitoral paranaense
Para Moro, Richa vem ao caso?
Moro encaminhou o inquérito, mas demonstrou contrariedade. “Não se trata de mero caixa dois de campanha”, afirmou o magistrado. Segundo o juiz, há indícios de contrapartidas à vantagem financeira. Ao enviar os autos, ele pediu que sejam posteriormente devolvidos para a continuação das investigações de corrupção, lavagem e fraude à licitação.
O processo foi remetido novamente a Moro após a juíza eleitoral considerar que “os delitos eleitorais e os de competência da Justiça Federal Comum são autônomos e podem ser apurados separadamente.”
Segundo delatores da Odebrecht, foi autorizado o repasse de 4 milhões de reais para o governo de Richa, em 2014, em troca do favorecimento da empreiteira em licitação para duplicar a PR-323.
Em outro caso, Moro alegou excesso de trabalho e abriu mão de uma investigação que atinge em cheio a gestão de Richa. O esquema, supostamente capitaneado por importantes integrantes do governo tucano, teria desviado ao menos 65 milhões de reais em propinas pagas em troca da autorização de reajustes em pedágios.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.


