Moro se afasta de casos para evitar “controvérsias desnecessárias”

Com o afastamento, os processo da Lava jato em Curitiba ficarão sob o comando da juíza substituta Gabriela Hardt

O juiz conduzia um segundo processo contra Lula, referente ao terreno em São Bernardo

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Em nota à mídia na qual confirmou ter aceito o convite de Jair Bolsonaro (PSL) para comandar um “superministério” da Justiça, Sérgio Moro declara se afastar dos casos que estão atualmente sob seus cuidados. 

“A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências”, disse o juiz federal. 

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Com o afastamento de Moro, os processos da Lava Jato em Curitiba ficarão sob os cuidados da juíza substituta Gabriela Hardt, que já atuava nos casos da 13ª Vara Federal de Curitiba quando o futuro ministro da Justiça estava ausente. 

Atualmente, Sério Moro conduz um segundo processo contra Lula, que investiga supostas propinas de 12,5 milhões de reais da Odebrecht ao ex-presidente por meio da aquisição de um terreno em São Bernardo do Campo de uma propriedade onde seria sediado o instituto Lula.

O ex-ministro Antonio Palocci confessou crimes no âmbito dessa ação penal, em que atribuiu também a Lula um “pacto de sangue” de 300 milhões de reais entre o petista e a Odebrecht. 


Ao longo da campanha, Moro levantou o sigilo da delação de Palocci firmada com a Polícia Federal. O ex-ministro narrou duas reuniões com o ex-presidente para tratar de negócios ilícitos. 

No trecho cujo sigilo foi retirado, Palocci reafirma que o ex-presidente Lula teria conhecimento de esquemas de corrupção na estatal. A defesa do petista lembra que a colaboração não foi aceita pelo Ministério Público Federal. Segundo Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, o ex-ministro “mentiu mais uma vez”. 

Nesta quarta-feira 31, a defesa de Lula apresentou suas alegações finais relativas ao caso do terreno em São Bernardo. Os advogados argumentaram que Lula é vítima de Lawfare, ou abuso e mau uso das leis para fins de perseguição política. 

Os defensores apontaram para a “participação atual do magistrado em processo de formação do governo do Presidente eleito a partir de sufrágio que impediu a participação do Defendente — até então líder nas pesquisas de opinião”. 

Moro também foi responsável pela condenação de Lula em primeira instância pelo caso do tríplex do Guarujá. A sentença foi confirmada no segundo grau pelo Tribunal Federal da 4ª Região, que condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão. Com a decisão confirmada pelo colegiado, Lula foi impedido pela Justiça de disputar as eleições deste ano com base na Lei da Ficha Limpa. 

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