O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro quer ligar o possível apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) às investigações sobre eventual interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
A defesa de Moro enviou nesta sexta-feira 18 ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma petição na qual pede acesso aos relatórios da Abin e cobra um novo depoimento do diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem.
“Ao que parece, a postura revelada pelos recentes acontecimentos – noticiados pelos órgãos de imprensa – pode ser distinta, razão pela qual, sob nossa ótica, torna-se necessária a tomada de novo depoimento do Delegado Alexandre Ramagem, de modo a fornecer maiores detalhes sobre solicitações de produção de relatórios por pessoas diretamente relacionadas ao coinvestigado Exmo. Presidente, bem como eventuais reuniões formais ou informais cujo objeto tenha sido o atendimento a interesses particulares”, argumenta Rodrigo Sánchez Rios, que defende Moro.
A estratégia dos advogados do ex-ministro é relacionar a ligação entre Abin e Flávio Bolsonaro à suposta interferência de Bolsonaro na PF, já que Ramagem era justamente o escolhido do presidente para ocupar o posto de diretor-geral da corporação.
Nesta sexta-feira 18, a ministra Cármen Lúcia, do STF, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue as denúncias sobre a atuação da Abin.
Segundo ela, eventual auxílio da agência à defesa de Flávio Bolsonaro pode “configurar atos penal e administrativamente relevantes (prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, crime de responsabilidade e improbidade administrativa).
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