‘Moro, o que mais desrespeitou direitos, tem a ousadia de se queixar de abuso de poder’, diz advogado

A CartaCapital, Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas, afirma que o ex-juiz 'tem obrigação de prestar contas à sociedade'

O pré-candidato à Presidência pelo Podemos, Sergio Moro. Foto: Eduardo Matysiak/AFP

Apoie Siga-nos no

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas, classificou como uma “grande ironia” a alegação do ex-juiz Sergio Moro de que é vítima de “abuso de poder” por parte do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Lucas Rocha Furtado.

“Moro vai precisar de um bom criminalista. Justo ele, o juiz que mais desrespeitou a advocacia, os direitos e garantias individuais e o devido processo legal . E, para espanto geral, ainda tem a coragem e a ousadia de se queixar de abuso de poder”, disse o advogado em contato com CartaCapital.

Carvalho afirmou que “nenhum chilique ou melindre vai livrá-lo da obrigação de prestar contas à sociedade” e que, “por sua própria régua, Moro poderia estar em situação ainda mais delicada”.

“Seria, certamente, alvo de busca e apreensão, bloqueio de bens e até mesmo de uma prisão preventiva”, completou o coordenador do Prerrogativas.

Furtado pediu nesta sexta-feira 4 a “indisponibilidade dos bens” de Moro, no âmbito da investigação sobre o contrato firmado entre o ex-juiz da Lava Jato e a consultoria americana Alvarez & Marsal. A demanda foi encaminhada ao secretário especial da Receita Federal do Brasil, Julio Cesar Vieira Gomes, e ao ministro Bruno Dantas, do TCU.

Segundo o subprocurador-geral, novas informações apontam “risco da inviabilização do ressarcimento e do recolhimento de tributos aos cofres públicos”, ou seja, sonegação de impostos ao Brasil.


Em nota, Moro disse que recebeu a notícia do pedido de Rocha Furtado com “perplexidade”.

“Minha vida pública e privada é marcada pela luta contra a corrupção e pela integridade, nada tenho a esconder. Fica evidenciado o abuso de poder perpetrado por este Procurador do TCU”, alegou o ex-ministro de Jair Bolsonaro.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.