O ministro da Justiça e Segurança Nacional, Sergio Moro, disse nesta segunda-feira 24 que a situação no Ceará está “sob controle”. O estado do Nordeste enfrenta uma paralisação de policiais há sete dias e o número de assassinatos registrados nos últimos cinco dias chega a 147. Acompanhado do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e do advogado-geral da União, André Mendonça, Moro fez um sobrevoo de helicóptero pela região metropolitana de Fortaleza. A comitiva do governo federal também teve uma reunião com o governador, Camilo Santana (PT).
Moro disse que as forças do governo federal estão no Ceará para “serenar os ânimos”. “O governo federal veio para serenar os ânimos, não para acirrar. É o momento de servir e proteger, acalmar os ânimos. Serenar é importante, temos que colocar a cabeça no lugar e pensar o que é preciso para que os policiais possam voltar a realizar o trabalho”, afirmou.
A paralisação da categoria começou na terça-feira 18, depois de um grupo de policiais não concordar com o aumento salarial proposto pelo governador do PT. A segurança no estado passou a contar com o reforço de 150 agentes da Força Nacional e 2,5 mil soldados do Exército, além de 212 policiais rodoviários federais, policiais civis e PMs de batalhões que não aderiram à paralisação.
Para Moro, a situação está sob controle. “Não é uma situação de absoluta desordem nas ruas. As pessoas estão circulando nas ruas. Não existem, por exemplo, saques, nem nada disso a estabelecimentos comerciais. Então, a situação está sob controle. Claro que dentro de um contexto relativamente difícil em que parte da polícia estadual está paralisada”, disse.
O ministro da Justiça lembrou que a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), decretada pelo presidente Jair Bolsonaro, a pedido do governador Camilo Santana, está no estado para “garantir proteção da população em substituição aos policiais que paralisaram suas atividades”.
Já o governador Camilo Santana disse que o governo do Ceará chegou ao limite da oferta financeira de aumento salarial e que o estado não vai anistiar os agentes que participam do motim. “Sentamos e negociamos com as classes dos policiais, que saíram da reunião satisfeitos com o que foi fechado, sempre permitimos o diálogo. O que não podemos permitir é que grupos da segurança façam o que estão fazendo, com carapuças, balaclavas, com armas que a Constituição deu concessão para protegerem a sociedade e ameaçando a sociedade. Ninguém está acima da lei. Sempre aceitamos conversar, mas ninguém está acima da lei”, disse Santana.
*Com informações da Agência Brasil
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