Política

Moro defende Bretas, afastado pelo CNJ: ‘Ele fez um bom trabalho no Rio’

Bretas é acusado de cometer abusos na condução de processos da Lava Jato no RJ

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O ex-juiz da Lava Jato em Curitiba, Sergio Moro, saiu em defesa de Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, após este ser afastado pelo Conselho Nacional de Justiça por suspeitas de abusos e irregularidades na condução de processos da operação. Para Moro, porém, não haveria nada ‘sólido’ contra o ex-colega de toga. A declaração em defesa de Bretas foi dada em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira 1º.

“Ele fez um bom trabalho no Rio de Janeiro, desmontou o império de corrupção do [ex-governador] Sérgio Cabral. Por conta disso, são muitos interesses contrariados”, disse Moro. “Pelo que eu vi, não encontrei nada sólido que justifique o afastamento do juiz. Acho que os fatos têm que ser apurados, mas o afastamento me parece uma medida exagerada”.

Bretas, assim como Moro, é acusado de perseguição política em três processos disciplinas diferentes. No principal, o juiz é acusado por Eduardo Paes de manter uma atuação política na eleição de 2018 em favor do ex-juiz Wilson Witzel, vitorioso naquela disputa e afastado dois anos depois do governo do estado. Há ainda irregularidades nas negociações premiadas denunciadas por dois advogados. Bretas foi afastado até a conclusão dos processos.

Apesar das semelhanças com a situação vivida por Moro durante sua atuação como juiz da Lava Jato, o agora senador pelo União Brasil nega as similaridades do caso. Segundo Moro, seu conluio com Deltan Dallagnol foi apenas um ‘risco assumido’. Ele se diz ainda orgulhoso pela atuação.

“Meus contatos com procuradores não têm nada de ilícito. Nunca teve nada disso. A gente combateu a corrupção. A gente assumiu riscos. A gente colocou pessoas poderosas na cadeia. E a gente quer retomar essa luta”, disse. “Então tenho muito orgulho do trabalho que foi feito na Operação Lava Jato. Não tenho nada para lamentar ou me arrepender”.

Ainda na conversa com o jornal, Moro negou a classificação da sua atuação política atual como bolsonarista. De acordo com o ex-juiz, sua reaproximação com Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno da eleição foi apenas pontual e não uma retratação das acusações feitas quando ele deixou o cargo de ministro. Na época da reaproximação, porém, o ex-capitão chegou a afirmar que as divergências entre eles estavam superadas, o que Moro nega.

“Eu não tenho relação próxima. Eu aderi ali na campanha, como uma atuação muito pontual. Eu não voltei a fazer parte do grupo político do Bolsonaro”, afirma Moro.

“Quando deixei o governo, eu deixei muito claro as razões da discordância. Eu, na verdade, fiz o apoio ao Bolsonaro no segundo turno por conta da oposição ao Lula. Em nenhum momento eu me retratei daquilo que eu disse”, reforça em outro momento.

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