Moro critica posição da OAB: “Embarcou no sensacionalismo barato”

Ministro da Justiça prestou esclarecimentos sobre vazamentos em audiência na Câmara, nesta terça-feira 2

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O ministro da Justiça Sergio Moro criticou o posicionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre os vazamentos noticiados na imprensa, em audiência com parlamentares na Câmara, realizada nesta terça-feira 2. O Conselho Federal da OAB recomendou que os envolvidos no escândalo das divulgações do site The Intercept Brasil fossem afastados de seus cargos públicos.

A declaração de Moro ocorreu a partir de uma pergunta do deputado federal Idilvan Alencar (PDT-CE). Alencar pediu a opinião do ministro da Justiça sobre o parecer da OAB a respeito do caso. O ex-juiz da Operação Lava Jato criticou a posição da entidade: “Respeito muito a OAB, mas ela embarcou no sensacionalismo barato dos primeiros dias. Duvido que teria hoje a mesma posição que teve nos primeiros dias”.

A audiência foi marcada por tumultos, mas sem novidades na defesa de Moro. O ministro utilizou a mesma estratégia da sessão no Senado, realizada há duas semanas: exaltou os resultados da Operação Lava Jato, citou a ação de uma organização criminosa composta por hackers, não reconheceu a autenticidade do conteúdo e classificou como “sensacionalistas” as reportagens do Intercept.

Parlamentares se queixaram do ministro por não responder a perguntas objetivas. O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), por exemplo, indagou: “Em tese, que opinião o senhor tem sobre um juiz que aconselha uma parte? Que orienta a emissão de uma nota? Que sugere uma testemunha a uma parte, pelo Telegram, e que não coloca nos autos?”. Porém, Moro repetiu que não reconhece a veracidade das mensagens, negou irregularidades nos trechos veiculados e citou hackers criminosos. “Eu não perguntei isso”, reclamou Freixo.

Oposicionistas também perguntaram a Moro se o editor do Intercept, Glenn Greenwald, será investigado. O argumento é de que a decisão, se verídica, pode ser percebida como perseguição ao jornalista. O ministro da Justiça reforçou que é a favor da liberdade de imprensa.


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