Política
Moraes rejeita pedido de Eduardo Tagliaferro e mantém julgamento no plenário virtual
A defesa tentava levar o julgamento de Eduardo Tagliaferro para o plenário físico da Corte
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou nesta terça-feira 28 o recurso formulado pela defesa do seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro e manteve a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o perito no plenário virtual da Primeira Turma.
A defesa tentava levar o julgamento para o plenário físico, justificando que isso era importante para que os advogados pudessem fazer a sustentação oral presencialmente. Nos julgamentos virtuais, onde os ministros depositam seus votos sem debater presencialmente, os advogados podem submeter vídeos gravados como forma de sustentação oral.
Com a decisão de Moraes, a análise da denúncia ocorrerá no plenário virtual do colegiado a partir do dia 7 de novembro e vai até o dia 14.
O ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação à época em que Moraes presidia o Tribunal Superior Eleitoral é acusado dos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração penal que envolve organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na denúncia, o procurador-geral da República Paulo Gonet aponta a suspeita de que o ex-assessor teria vazado mensagens trocadas entre servidores de Moraes no STF e no TSE, entre maio de 2023 e agosto de 2024, para o jornal Folha de S.Paulo.
Tagliaferro está na Itália e, nos últimos meses, participou de lives com parlamentares bolsonaristas para denunciar uma suposta perseguição de Moraes. No início de outubro, o perito foi detido e teve de entregar seus passaportes à Justiça italiana para evitar uma possível fuga do pedido de extradição ainda pendente de análise.
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