Política
Moraes decreta nova prisão preventiva de Jefferson por arsenal militar e tentativa de homicídio
‘É a única medida capaz de garantir a ordem pública e a conveniência da instrução criminal’, argumentou o ministro do STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes decidiu, nesta quinta-feira 27, converter em preventiva a prisão em flagrante do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). A prisão preventiva não tem um prazo pré-determinado para acabar.
Jefferson foi preso em flagrante no último domingo 23, no interior do Rio de Janeiro, por atirar contra agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir uma ordem de prisão expedida por Moraes. Em depoimento à PF, o bolsonarista afirmou ter disparado 50 tiros. Dois policiais ficaram feridos.
A ação armada, que o levará a responder por quatro homicídios, ocorreu por volta das 11h. Cerca de oito horas depois, ele se rendeu e foi levado pela PF de volta ao presídio.
Em sua decisão desta quinta, Moraes leva em consideração o “arsenal” apreendido na casa de Jefferson, composto, por exemplo, por 7,6 mil munições pesadas.
“Como se vê, a manutenção da restrição da liberdade do preso, com a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, é a única medida capaz de garantir a ordem pública e a conveniência da instrução criminal”, argumenta o magistrado.
Moraes aponta que a mera posse desse arsenal militar, “covardemente utilizado contra uma equipe da Polícia Federal”, torna-se ainda mais grave devido ao fato de uma decisão anterior, de agosto de 2021, ter ordenado a suspensão do porte de arma em nome de Jefferson.
O ministro considera a situação “gravíssima” e vê “severos indícios” de que Jefferson, enquanto cumpria prisão domiciliar, “ocultou as armas que possuía e, posteriormente, montou o arsenal bélico” encontrado pela PF.
O despacho também menciona que, além dos 50 tiros, o aliado de Jair Bolsonaro (PL) lançou três granadas contra os agentes da Polícia Federal na entrada de sua casa, em Comendador Levy Gasparian.
Leia a íntegra da decisão:
Pet 9844 PreventivaApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Plano de governo de Bolsonaro para os próximos anos não cita combate à fome e à corrupção
Por CartaCapital
Mau humor do mercado é outro sinal da provável derrota de Bolsonaro
Por Sergio Lirio
Lula diz que relatório de rádios de Bolsonaro é ‘choro de quem sabe que vai perder’
Por CartaCapital



