Moraes dá 24 horas para campanha de Bolsonaro provar suposta irregularidade em propagandas de rádio

Sem 'documentos sérios', o ministro pode determinar 'instauração de inquérito para apuração de crime eleitoral praticado pelos autores'

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Apoie Siga-nos no

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, classificou como “extremamente grave” a acusação feita pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre uma suposta fraude na exibição de propagandas eleitorais no rádio.

Moraes estabeleceu, nesta segunda-feira 24, o prazo de 24 horas para a campanha bolsonarista apresentar “provas ou documentos sérios” sobre o caso, “sob pena de indeferimento da petição inicial por inépcia e determinação de instauração de inquérito para apuração de crime eleitoral praticado pelos autores”.

Pouco antes, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, convocou um pronunciamento para afirmar que rádios deixaram de veicular ao menos 154 mil inserções da propaganda de Bolsonaro. O ex-secretário de Comunicação e atual coordenador de Comunicação da campanha do presidente, Fabio Wajngarten, também participou do discurso.

Segundo a campanha, apenas no Nordeste houve 29 mil inserções a menos. Ela, no entanto, não sustentou a alegada irregularidade com qualquer documento.

Em seu despacho, Moraes anotou que “tal fato é extremamente grave, pois a coligação requerente aponta suposta fraude eleitoral sem base documental alguma, o que, em tese, poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana”.

O documento bolsonarista sobre a suposta fraude chegou às mãos de Moraes nesta segunda. Na avaliação do magistrado, porém, os fatos narrados “não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério, limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo ‘relatório de veiculações em Rádio’, que teria sido gerado pela empresa ‘Audiency Brasil Tecnologia’”.


Faltaram, por exemplo, informações como “eventuais rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções”.

Uma pesquisa Ipec (antigo Ibope) divulgada nesta segunda aponta que Lula (PT) lidera por 7 pontos a disputa pela Presidência da República no segundo turno contra Bolsonaro.

A 6 dias da eleição, o petista marca 50% das intenções de voto, ante 43% do ex-capitão. Brancos e nulos são 5%, enquanto 2% não sabem ou não responderam. Nos válidos, o petista lidera por 54% a 46%.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.