Política

Ministro do STJ nega pedido de Flávio Bolsonaro para anular investigação da “rachadinha”

Discussão sobre o mérito do pedido de Flávio deve ser realizada pela Quinta Turma do STJ

Ministro do STJ nega pedido de Flávio Bolsonaro para anular investigação da “rachadinha”
Ministro do STJ nega pedido de Flávio Bolsonaro para anular investigação da “rachadinha”
SENADOR FLÁVIO BOLSONARO. FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
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O ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), rejeitou pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pela anulação integral das decisões tomadas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, no âmbito do caso da “rachadinha de salários”. A informação foi divulgada nesta quarta-feira 30 pelo jornal O Globo.

Entre as ações que Flávio tentava anular estão as quebras de sigilo bancário e fiscal e as operações de busca e apreensão autorizadas pelo magistrado. O argumento dos advogados do senador era de que uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) conferiu a um órgão especial do TJ-RJ a competência para desenvolver o caso. A partir disso, a defesa de Flávio tentou anular todos os atos executados até aqui pela primeira instância.

Félix Fischer, no entanto, sustentou que não havia urgência a justificar o pedido, “devendo ser oportunamente analisado, após a devida instrução dos autos e oitiva do Ministério Público Federal”. “Por este motivo, indefiro o pedido liminar”, completou o ministro em decisão tomada na segunda-feira 28.

A discussão sobre o mérito do pedido de Flávio deve ser realizada pela Quinta Turma do STJ, em sessão ainda sem data para acontecer.

“Rachadinha” também envolveu repasses a advogado de Flávio

A prática de “rachadinha de salários” no gabinete de Flávio Bolsonaro em seus tempos de deputado estadual no Rio de Janeiro, investigada pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ),  pode ter ido além dos repasses nas contas do ex-assessor Fabrício Queiroz.

Dados da quebra de sigilo bancário de outras assessoras de Flávio mostram que houve repasse de parte dos salários entre elas e o advogado Luis Gustavo Botto Maia, responsável pela área jurídica da candidatura de Flávio ao Senado. As informações foram publicadas nesta terça-feira 29 pelo UOL.

Segundo as movimentações bancárias analisadas pela reportagem, Botto Maia recebeu 22 depósitos de duas assessoras: Alessandra Cristina Oliveira e Valdenice Meliga. Valdenice também recebia repasses constantes de Lídia dos Santos Cunha, outra funcionária do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

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