Política

Ministro da Justiça diz que não conversou com Bolsonaro sobre investigação da PF em viagem aos EUA

Telefonema interceptado pela Polícia Federal na mesma época indica a possibilidade de vazamento de informações da operação

Ministro da Justiça diz que não conversou com Bolsonaro sobre investigação da PF em viagem aos EUA
Ministro da Justiça diz que não conversou com Bolsonaro sobre investigação da PF em viagem aos EUA
Jair Bolsonaro e Anderson Torres. Foto: Marcos Corrêa/PR
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O ministro da Justiça, Anderson Torres, negou neste domingo ter tratado de operações da Polícia Federal (PF) durante a viagem que fez aos Estados Unidos ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Os dois estavam juntos em 9 de junho. Nesse dia o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro disse à filha, em ligação interceptação pela polícia, que conversou por telefone com Bolsonaro. Segundo Milton, que na semana passada foi alvo de uma operação da PF e chegou a ser preso, o presidente disse na época achar que fariam uma busca e apreensão contra seu ex-ministro.

O diálogo levou o Ministério Público Federal (MPF) a apontar houve indícios de vazamento e “possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Bolsonaro nas investigações”. A partir disso, o MPF solicitou o envio do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), tribunal que pode processar o presidente da República, o que foi autorizado pelo juiz federal Renato Borelli. Já a PF é subordinada hierarquicamente ao Ministério da Justiça, o que levantou suspeitas sobre uma possível atuação de Torres.

“Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o Presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro CATEGORICAMENTE que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem. #VamosEmFrente”, escreveu o ministro no Twitter.

Milton Ribeiro, que já está solto, é um dos alvos de investigação sobre suspeitas de corrupção no Ministério da Educação. No telefonema com a filha, Milton Ribeiro afirmou:

— A única coisa meio… hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?

Depois disse:

— Não! Não é isso… ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios né…

 

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