Política

Ministro da Casa Civil, Braga Netto não confirma gravação de reunião citada por Moro

Na quinta, a AGU protocolou pedido para que sejam entregues apenas parte do vídeo. O ministro Celso de Mello requereu a íntegra do material

Ministro da Casa Civil, Braga Netto não confirma gravação de reunião citada por Moro
Ministro da Casa Civil, Braga Netto não confirma gravação de reunião citada por Moro
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Foto: EBC
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O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, declarou na quinta-feira 7 que reuniões ministeriais não são obrigatoriamente gravadas. Ainda comentou que, muitas vezes, os temas tratados são sensíveis e que algumas discussões econômicas repercutiriam “pesadamente” no país.

“Ela não é filmada. Às vezes você tem a câmara lá. Ela filma, ela filma trechos, ela filma partes do… do… do coisa, às vezes não filma, o presidente fala ‘olha, não quero que filme’, tá certo?”, declarou.

A reunião feita entre o presidente Jair e ministros no dia 22 de abril virou alvo de inquérito depois do depoimento dado por Sérgio Moro à Polícia Federal, no último dia 2. O ex-ministro alegou ter sido ameaçado de demissão pelo presidente, durante a agenda, por demonstrar resistência à troca do comando na Polícia Federal.

Na terça-feira, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Palácio do Planalto entregasse registros audiovisuais da reunião. A Advocacia Geral da União (AGU) inicialmente pediu ao ministro para reconsiderar o envio da gravação depois, na quinta-feira 7, cogitou entregar apenas parte do material, limitando a entrega a ‘apenas e tão-somente a eventuais elementos que sejam objeto do presente inquérito’, ou seja, as conversas entre Moro e o presidente.

A ordem de Celso de Mello, no entanto, cobra o envio da íntegra da reunião, sem edições ou alterações. “As autoridades deverão preservar a integridade do conteúdo de referida gravação, em ordem de impedir que os elementos nela contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos”, determinou o ministro.

A defesa de Moro também se pronunciou sobre o imbróglio e afirmou que a determinação de trechos que seriam ou não importantes para a investigação não pode ficar a cargo do investigado. De acordo com os advogados do ex-ministro, ‘eventuais colocações constrangedoras’ de Bolsonaro, passíveis de constatação durante a reunião, ‘não são motivos aptos a impedir o atendimento de determinação judicial pois não se trata de ‘segredo de Estado’.

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