Política

Ministro Albuquerque diz que presidente da Petrobras ainda não foi escolhido e descarta adiamento de assembleia

Encontro de acionistas está marcado para dia 13 de abril. Adriano Pires e Rodolfo Landim, que chegou a ser indicado para presidência do Conselho da estatal, desistiram

O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Foto: MME
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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ao jornal O Globo que o governo não trabalha com a possibilidade de adiamento da assembleia de acionistas da Petrobras marcada para o dia 13 com o objetivo de votar os novos nomes para a presidência e para o Conselho de Administração da empresa.

Albuquerque afirmou que a assembleia deve ocorrer com os nomes já indicados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo tem a maioria dos votos na assembleia, cuja realização é uma exigência legal. Portanto, é um ato protocolar, mas que precisa ser seguido.

“Trabalhamos com o dia 13 de abril. Divulgaremos quando tivermos os nomes”, disse o ministro, completando que esses nomes ainda não foram escolhidos.

Depois da desistência do consultor Adriano Pires para o comando da empresa e de Rodolfo Landim para o Conselho de Administração, ambos por conflitos de interesses, o governo iniciou uma busca pelos novos nomes.

Em nota, o Ministério de Minas e Energia reforçou que trabalha com a realização da Assembleia Geral Ordinária da Petrobras no dia 13. “Não trabalhamos com outra possibilidade que não seja o dia 13/04”, disse.

Com a indefinição, integrantes do governo chegaram a discutir a opção de adiar a eleição dos novos representantes do Conselho de Administração da companhia, embora o próprio presidente Jair Bolsonaro resista a essa ideia.

Bolsonaro está irritado com o impasse e com a dificuldade de emplacar um nome para a presidência da estatal.

Outros fatores também pesam para manter a data da assembleia. O mais importante deles é que o prazo de convocação de uma assembleia extraordinária é de 30 dias. Portanto, a crise seria prolongada por mais um mês, mesmo que já se tenham nomes definidos.

O governo pode legalmente indicar nomes para o Conselho — e, portanto, para a presidência da empresa — até a véspera da assembleia. A aprovação dos nomes no Comitê de Pessoas pode ser feita após a análise do encontro de acionistas. Com isso, o governo ainda trabalha com o dia 13 de abril para confirmar os nomes para a estatal e espera que até os nomes sejam indicados.

O dia de ontem foi de indefinições em torno do nome, mesmo depois de Bolsonaro se reunir com o ministro de Minas e Energia. A indicação de Caio Paes de Andrade, assessor de Paulo Guedes e nome mais forte até agora para o cargo, ganhou a oposição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de acordo com fontes do governo.

Andrade não é especialista no setor de óleo e gás e nem tem experiência no assunto. Hoje, ele é secretário especial de Desburocratização, Gestão de Governo Digital do Ministério da Economia.

Albuquerque chegou a convidar o ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) Décio Oddone para o cargo de presidente, mas ele recusou, de acordo com interlocutores do governo.

Há uma série de dificuldades para definir um nome, especialmente a instabilidade causada pela proximidade do período eleitoral e a forma como Bolsonaro vem tratando os presidentes da empresa. O presidente já demitiu dois chefes da Petrobras por insatisfação

Por isso, diversos executivos do setor dizem que será difícil encontrar um nome do setor privado que tome assumir a Petrobras. Assim, uma corrente no governo defende que nomes que já façam parte do Conselho de Administração ou que já estejam na companhia sejam convidados para os cargos.

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