Política

Ministério Público recorre da decisão que absolveu vereador após discurso racista em SP

Com microfone aberto, Camilo Cristófaro afirmou: ‘Não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?’

Ministério Público recorre da decisão que absolveu vereador após discurso racista em SP
Ministério Público recorre da decisão que absolveu vereador após discurso racista em SP
Cristófaro foi cassado em setembro de 2023 - Foto: André Bueno / Câmara Municipal de São Paulo
Apoie Siga-nos no

O Ministério Público de São Paulo recorreu da decisão do Tribunal de Justiça que absolveu o vereador Camilo Cristófaro (Avante) da acusação de proferir declarações racistas durante uma sessão da Câmara Municipal da capital paulista.

Em uma audiência da CPI dos Aplicativos em 3 de maio de 2022, vazou um áudio no qual Cristófaro dizia: “Não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.

O vereador foi absolvido pela Justiça de São Paulo em 13 de julho. Na decisão, o magistrado Fábio Aguiar Munhoz Soares afirmou que “era necessário que ficasse devidamente comprovada nos autos não somente sua fala, mas também a consciência e a vontade de discriminar, pois, não fosse assim, e bastaria que se recortassem falas de seus contextos para que possível fosse a condenação de quem quer que fosse”.

No recurso protocolado na quinta-feira 27, o MP-SP argumentou que “o chamado racismo recreativo tenta descaracterizar a real intenção do agente, que, sob o argumento de estar brincando, continua a promover, com seu discurso, a exclusão e a violência contra as minorias e continua a propagar a opressão racial”.

O promotor de Justiça Pedro Henrique Pavanelli Lima defende que as provas reunidas e as testemunhas ouvidas no processo evidenciam que Cristófaro cometeu um crime.

A acusação pede uma indenização por danos morais coletivos como forma de compensar o grupo vulnerável lesado pela atitude do réu.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo