Ministério Público apresenta nova denúncia contra Haddad

A delação de Fernando Pessoa, da UTC, baseia terceira peça contra o ex-prefeito, que estranha a movimentação do MP em pleno período eleitoral

Haddad estranha as acusações "sem prova"

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Prestes a assumir oficialmente o posto de candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad foi alvo de uma nova denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo. O promotor Marcelo Mendroni, do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Lavagem de Dinheiro, denunciou o ex-prefeito paulistano por corrupção.

Segundo Mendroni, o petista recebeu 2,6 milhões de reais via caixa 2 da construtora UTC para pagamento de dívida da campanha à prefeitura em 2012. O dinheiro teria sido repassado pelo doleiro Alberto Youssef por meio de contratos fictícios com três gráficas.

Além de Haddad e Youssef, foram denunciados João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, Francisco Carlos de Souza, ex-deputado estadual do partido, Ricardo Pessoa, então presidente da UTC, e Walmir Pinheiro Santana, diretor financeiro da empreiteira.

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Na denúncia, Mendroni afirma a existência de um esquema de captação e transferência de dinheiro para dissimular a origem dos repasses. A UTC repassaria o montante a Youssef por meio de contratos fictícios. O doleiro usaria contas de pessoas físicas e jurídicas para remunerar as gráficas indicadas por Souza. Os serviços contratados nunca foram prestados, argumenta o Ministério Público.

 Em nota, Haddad disse estranhar a denúncia em pleno processo eleitoral. “Surpreende que uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, sem qualquer prova, fundamente três ações propostas pelo Ministério Público de São Paulo”, pontua o texto.  “É notório que o empresário já teve sua delação rejeitada em quase uma dezena de casos e que ele conta suas histórias de acordo com seus interesses”.


O ex-prefeito afirma na nota ter contrariado a vontade da UTC de construir um túnel superfaturado da avenida Roberto Marinho.

Ao barrar a candidatura de Lula na sexta-feira 31, o Tribunal Superior Eleitoral determinou que o PT apresente uma nova chapa no prazo de 10 dias. Embora o partido pretenda recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal, Haddad, vice do ex-presidente, foi indicado para assumir a cabeça de chapa.

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