Ministério da Saúde quer distribuir ‘kit covid’ com medicamentos sem eficácia comprovada

Hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina são defendidas pelo governo no tratamento da doença

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. Foto: Erasmo Salomão/MS

Apoie Siga-nos no

O Ministério da Saúde estuda a possibilidade de criar uma espécie de “kit covid”, que seria distribuído de graça a partir das farmácias populares. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com a publicação, os medicamentos seriam o sulfato de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. Nenhum deles tem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Em nota, a pasta afirma que “a portaria está em estudo”. “Tanto em relação ao valor de financiamento da dotação extraorçamentária, quanto ao acordo tripartite com Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).”

Assim como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defende o uso da cloroquina no tratamento da doença.

Alto investimento 

 


O ‘kit covid’ não custaria pouco para o governo. Segundo a tabela de preços definida pelo governo federal, custa 25 reais cada caixa com dez comprimidos de sulfato de hidroxicloroquina 400 mg, medicamento indicado na bula para artrite reumatoide, lúpus e malária.

Já dez comprimidos do antibiótico azitromicina 500 mg valem 35 reais. Enquanto caixas com dois comprimidos do vermífugo ivermectina 6 mg custam 15 reais. Os valores consideraram alíquotas de ICMS cobradas em São Paulo.

O governo então desembolsaria 75 reais por paciente sem ter uma eficácia comprovada.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.