Política
Ministério da Defesa nega que José Múcio vá renunciar
A possibilidade de saída do ministro foi noticiada pela imprensa e teria como principal motivo a insatisfação de Lula com a atuação do ministro


O Ministério da Defesa, em nota divulgada na noite de terça-feira 10, negou que o titular da pasta, José Múcio Monteiro, vá renunciar ao cargo após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília, no último domingo 8.
A possibilidade de saída do ministro foi noticiada pela imprensa e teria como principal motivo a insatisfação do presidente Lula (PT) com a atuação de Múcio no episódio dos acampamentos de bolsonaristas em frente a quartéis do Exército em todo o País.
“O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, informa que não pediu renúncia do cargo”, diz o texto do Ministério. “É completamente falsa a informação que circula nas redes sociais”.
A aglomeração de bolsonaristas em Brasília sempre foi vista por parte dos integrantes do novo governo como uma ameaça.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), defendia uma ação mais enérgica para dissipar os apoiadores do ex-presidente. No entanto, pelo fato do acampamento estar localizado em uma área militar, cabia a Múcio a palavra final.
O titular da Defesa chegou a revelar que tinha amigos e parentes nos acampamentos e que nem todos os participantes eram radicais.
“Eu acho que aquilo [as manifestações] vai se esvair. Na hora que o ex-presidente da República entregou seu cargo, saiu do cargo, que o general Mourão fez um pronunciamento falando que todos voltassem a seus lares”, declarou a jornalistas após ser empossado. “Aquelas manifestações no acampamento, falo com autoridade porque tenho parentes lá, no de Recife, tenho alguns amigos aqui, é uma manifestação da democracia. Aos pouquinhos aquilo vai se esvair e vai chegar ao lugar que todos nós queremos.”
O acampamento só foi desmontado na segunda-feira 9 com a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após os ataques de vândalos bolsonaristas ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.