Política

Milton Ribeiro liga para senador e acerta ida ao Congresso na próxima terça

Senadores querem explicações sobre a atuação de pastores para controlar a agenda e a liberação de verbas na pasta, conforme o Estadão revelou

Milton Ribeiro liga para senador e acerta ida ao Congresso na próxima terça
Milton Ribeiro liga para senador e acerta ida ao Congresso na próxima terça
O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. Foto: Isac Nóbrega/PR
Apoie Siga-nos no

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou na manhã desta quarta-feira 23, para o presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), e acertou sua ida ao colegiado na próxima terça, 29. Senadores querem explicações sobre a atuação de pastores para controlar a agenda e a liberação de verbas na pasta, conforme o Estadão revelou.

A comissão deve votar um requerimento nesta quinta-feira, 24, para convocar o ministro a prestar esclarecimentos. Diante do movimento, o chefe da pasta se antecipou ao concordar com a ida ao Congresso, o que pode transformar a votação em um convite. Ainda assim, o Senado pressiona Milton Ribeiro a dar explicações e critica a ausência de igualdade no tratamento das políticas do ministério.

“O ministro da Educação, Milton Ribeiro, me ligou hoje pela manhã para se colocar à disposição para prestar esclarecimentos na CE. Na reunião desta quinta 24, irei colocar os requerimentos em votação e vou propor ao colegiado que o ministro seja ouvido na próxima terça 29”, escreveu Marcelo Castro.

O caso motivou uma série de críticas ao ministro na sessão de terça-feira 22, no plenário do Senado. Os parlamentares cobram uma investigação da atuação do ministério e dos pastores. “Recursos públicos não podem ser tratados com essa leviandade ou leveza toda”, disse Marcelo Castro no plenário.

Conforme o Estadão revelou, um grupo de pastores passou a comandar a agenda de Ribeiro formando uma espécie de “gabinete paralelo” que interfere na liberação de recursos e influencia diretamente as ações da pasta. Em conversa gravada, Ribeiro admitiu que prioriza o atendimento a prefeitos que chegam ao MEC por meio dos pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura.

O caso colocou a permanência do ministro ameaçada no governo. No Congresso, há críticas a privilégios dados com base em indicações de líderes religiosos, em detrimento de outros municípios. “Se esse governo fosse sério, com a matéria que tem hoje, com a gravação, ele não seria mais ministro”, disse o senador Omar Aziz (PSD-AM), também no plenário. “Há um discurso de honestidade, um discurso hipócrita, quando na realidade os porões de dentro do governo estão podres.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo