Política

Militares foram ‘manipulados e arremessados na política’, afirma Barroso

Segundo o ministro, os militares fizeram ‘papelão no TSE’ e ‘foram induzidas por uma má liderança’

Foto: Carlos Moura/SCO/STF
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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, criticou nesta segunda-feira 4 a “politização das Forças Armadas”. Segundo ele, os militares foram “manipulados e arremessados na política por más lideranças”.

“Fizeram um papelão no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Convidados para ajudar na segurança e para dar transparência, foram induzidas por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas”, afirmou Barroso em uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na capital paulista.

Segundo o ministro, as investigações mostram que o risco de uma ruptura com a democracia nos últimos anos era maior do que se pensava.

“As investigações estão revelando que nós estivemos mais próximos do que pensávamos do impensável. Nós achávamos que já havíamos percorrido todos os ciclos do atraso institucional para ter que nos preocupar com ameaça de golpe de Estado quando já avançado o século 21”, disse.

Durante a palestra, Barroso destacou a estabilidade institucional vivida pelo país desde a Constituição de 1988 entrar em vigor. Na avaliação do ministro, essa tranquilidade só foi rompida com as tramas golpistas que vêm sendo reveladas pelas investigações da Polícia Federal envolvendo integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Esse problema só entrou no radar da sociedade brasileira, infelizmente, nos últimos anos. E vai ficando para trás. Mas entrou de uma maneira muito preocupante”, enfatizou.

Para ele, o que aconteceu no Brasil faz parte de uma “onda de um populismo autoritário” que atinge diversos países. A divulgação de informações falsas é, segundo o ministro, uma das estratégias desses grupos de extrema-direita.

“A circulação da desinformação já se tornou uma estratégia de destruição, de desconstrução de reputações desse mundo desencontrado que nós estamos”, ressaltou.

Barroso ressaltou que nos regimes democráticos as diferentes formas de pensamento devem conviver.

“A democracia é plural. Ninguém tem o monopólio da representação do povo. Democracia tem espaço para progressistas, para liberais e para conservadores. Só não tem espaço para aqueles que não aceitam o outro, para intolerância, para quem não seja capaz de respeitar as regras do jogo”, pontuou.

(Com informações da Agência Brasil).

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