Militares aguardam ordem de Lula para dispersar atos golpistas, diz jornal

Alto comando das Forças Armadas acredita que ordem será dada nos primeiros dias após a posse

O presidente Lula, em seu primeiro mandato, com as tropas brasileiras que foram ao Haiti. Foto: Ricardo Stuckert/PR/Arquivo

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Os militares estão preparados para dispersar os atos golpistas em frente aos quartéis do Exército, aguardando apenas o comando do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira 14.

O alto comando das Forças Armadas estaria inclusive em contato com José Múcio, futuro ministro da Defesa, o que amplia a expectativa pela ordem de acabar com os movimentos. A percepção dos militares do alto escalão consultados pelo jornal é que o comando ocorra já nos primeiros dias após a posse.

As declarações reforçam a informação de que a dispersão dos golpistas é a nova prioridade da Defesa no governo eleito, em especial, após a escalada da violência em Brasília. Lula teria citado a prioridade em reunião com parlamentares do Avante.

Ao jornal, militares que dão a ordem de Lula como certa relataram um desconforto para o cumprimento da medida, visto que, o atual comando – nomeado por Jair Bolsonaro – emitiu nota sinalizando apoio aos manifestantes logo nos primeiros dias de acampamento.

Estas mesmas fontes, porém, garantem que, mesmo que haja desconforto, a ordem de despejo dos golpistas será rigorosamente cumprida. Seria o primeiro passo de sinalização de pacificação entre o setor e Lula. A intenção, dizem, é não mostrar resistências a Lula para encontrar caminhos que possam manter o grupo acomodado no governo. O petista prometeu em campanha desocupar cargos civis hoje entregues a militares.

Eles também indicam que o ideal é que a retirada dos bolsonaristas ocorra de forma pacífica, mas não descartam incidentes dado a resiliência do grupo em se manter acampado. O melhor cenário, alegam, seria que o movimento fosse dissipado ‘ao natural’, o que, inclusive, geraria menos desgaste ao novo presidente, que não precisaria, já nos primeiros dias de mandato, dar qualquer ordem contra opositores.


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