Militar com cocaína: Bolsonaro precisa mais que colaborar com apuração

Para professor, cabe ao governo descobrir se o militar agiu por conta própria ou faz parte de um esquema de tráfico internacional

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Um tripulante do voo que transportava a equipe avançada do presidente Jair Bolsonaro para a cúpula do G20, no Japão, foi preso nesta terça-feira 25, no sul da Espanha, com 39 kg de cocaína em sua mala.

Assim que o caso ganhou repercussão, Bolsonaro pediu para alterar sua rota e fazer escala em Portugal. O presidente também soltou uma nota em seu Twitter afirmando que irá colaborar com a polícia espanhola para apurar o caso.

Segundo o professor de Relações Internacionais da Faap, Lucas Leite, a declaração de Bolsonaro foi direta, simples e de praxe, mas faltou o presidente falar que vai fazer uma investigação mais ampla do caso. “Estamos falando de uma quantidade muito grande de droga apreendida, ainda mais com um militar, é algo muito sério para apenas colaborar com as investigações espanholas”, afirmou.


Para o professor, cabe ao governo descobrir se o militar apreendido agiu por conta própria ou faz parte de um esquema de tráfico internacional. “Precisamos saber se isso é um fenômeno isolado, ou se é uma organização”, disse Leite.

O caso gerou polêmica e preocupação, pois é um integrante da comitiva do governo entrando com uma quantidade grande de droga em outro país.

Lucas afirma que isso não interfere na imagem do Brasil, pois é algo que existe e acontece também em outros países. O problema, para ele, será interno. “É um militar do governo realizando tráfico de drogas. É algo que se fosse com outra pessoa o presidente teria uma postura radical”, avalia.

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