Política

Militante que trocou cuspidas com deputado do PSL diz que vai processá-lo

Parlamentar publicou transmissão ao vivo durante briga com estudante em lanchonete

Militante que trocou cuspidas com deputado do PSL diz que vai processá-lo
Militante que trocou cuspidas com deputado do PSL diz que vai processá-lo
O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ). Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

A estudante e militante do PSOL Nayara Beatriz Berdnaski Malaquias, de 32 anos, anunciou que moverá um processo contra o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) por assédio moral. Os dois trocaram cuspidas e ofensas em uma lanchonete na cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, na sexta-feira 6. As imagens foram veiculadas na rede social do parlamentar.

Em nota, Nayara conta que foi imprudente em um comentário que fez no estabelecimento, sobre estar incomodada com a presença do deputado. No entanto, ela alega que Silveira se referiu a ela de forma pejorativa e violenta. Além disso, acusou o deputado de expor o seu perfil e o de seu ex-marido nas redes, para incitar a perseguição de seguidores.

“Eu tenho ciência da minha imprudência ao comentar que me senti incomodada com a presença do deputado ali, na lanchonete. Acontece que não justifica o assédio moral que sofri por 18 minutos”, diz a nota da estudante.

Ela acusa o deputado de praticar “gordofobia, machismo e fascismo” contra a sua imagem.

“Foram opressões de todos os tipos: gordofobia, quando ele se refere a mim de forma pejorativa como uma mulher gorda; machismo, quando incansavelmente me chama de vagabunda; fascismo, quando ele se aproveita de sua condição de deputado federal para dizer: ‘Vamos ver quem manda aqui! Peça ajuda para a Marielle’. Tudo isso com minha imagem exposta ao vivo e sendo intimidada fisicamente por um homem grande e forte. Violência total!”, diz Nayara.

Ela também acusa o deputado de caluniar contra o seu ex-marido. “Como se não bastasse, expôs meu ex-marido de forma caluniosa, e expôs meu perfil do Instagram em seu story, para que seus seguidores me perseguissem”, diz. A ação judicial ainda não foi protocolada. A defesa deve encaminhar o processo para a Vara Cível da Comarca de Petrópolis, pedindo indenização por danos morais.

Já Silveira diz que chegou em uma lanchonete e uma estudante iniciou as agressões verbais contra ele, “afirmando que o estabelecimento estava muito ‘mal frequentado'”. Ele diz, então, que resolveu gravar uma transmissão ao vivo nas redes “para que nada pudesse ser distorcido”.

“Devolvi sim as agressões verbais, inclusive a cuspida que ela me desferiu, pois deixei bem claro que tipos como ela estavam acostumados a promover todo tipo de ofensas, agressões e ameaças sem serem questionados e confrontados, e depois, com o apoio de grande parte da imprensa e outras instituições, criarem suas narrativas vitimistas e fazendo das vítimas os criminosos”, escreveu o parlamentar.

O PSOL ainda não se manifestou sobre o caso.

Confira, a seguir, a nota na íntegra emitida pela estudante.

Eu tenho ciência da minha imprudência ao comentar que me senti incomodada com a presença do deputado ali, na lanchonete. Acontece que não justifica o assédio moral que sofri por 18 minutos.

Foram opressões de todos os tipos: gordofobia, quando ele se refere a mim de forma pejorativa como uma mulher gorda; machismo, quando – incansavelmente – me chama de vagabunda; fascismo, quando ele aproveita de sua condição de deputado federal para dizer: ”Vamos ver quem manda aqui! PEÇA A AJUDA PARA A MARIELLE.”

Tudo isso com minha imagem exposta ao vivo e sendo intimidada fisicamente por um homem grande e forte. Violência total!

Como se não bastasse, expôs meu ex-marido de forma caluniosa, e expôs meu perfil do instagram em seu storiestorie, para que seus seguidores me persseguissem. Essa é a tática da extrema direita. Desmoralizar em rede.

Eu não vou entrar nessa guerra. Além de ser injusta e desigual, não vale a pena! Porém, não posso me calar!

Medidas judiciais devem e já estão sendo tomadas. Chega de fascismo, machismo e qualquer tipo de opressão se perderem na impunidade.

Encerro agradecendo ao apoio da minha família, amigos, PSOL RJ em especial a deputada Monica Francisco e o dirigente José Luis Fevereiro, que me abraçaram no meio desse furacão.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo