Política

‘Tive um impedimento privado’, diz Marta após sumiço

Senadora faltou ao lançamento da candidatura de Fernando Haddad em SP; lideranças ainda tentarão convencê-la a participar da campanha

A senadora Marta Suplicy assume o lugar de Ana de Holanda no MinC. Foto: Antonio Cruz/ABr
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*Matéria atualizada `às 17h50

 

Ausente no lançamento da candidatura de Fernando Haddad (PT) à prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) justificou nesta segunda-feira 4 a sua falta por meio de sua assessoria de imprensa. Ela atribuiu o sumiço a “um impedimento de caráter privado”.

A ausência da senadora Marta no evento, no sábado 2, pegou de surpresa as lideranças petistas que a aguardavam para um dos principais discursos do dia. A presença da ex-prefeita estava confirmada, mas ela não compareceu nem justificou a falta.

Ela também não respondeu às ligações dos petistas que tentaram contato com ela. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mandou mensagem de mensagens de texto por celular, mas não obteve resposta.

O mesmo aconteceu com o próprio Haddad que, três dias depois, contava a repórteres durante uma visita à Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, que ainda não havia recebido nenhum sinal da ex-prefeita. O candidato disse apenas ter conseguido contato com um assessor da senadora, para perguntar o que tinha acontecido, mas ainda esperava resposta. Ao menos publicamente ele segue dizendo que conta com o apoio da prefeita para a campanha.

De toda forma, a atitude da ex-prefeita causou irritação entre os caciques do partido. Antes do evento, o PT já admitia não esperar muita devoção da ex-prefeita nos eventos corpo a corpo na periferia da cidade, onde Marta é popular e Haddad é ainda um desconhecido. Mas ainda contava com a participação dela nos eventos principais, caso do lançamento da candidatura, e na propaganda de rádio e tevê.

A ausência da ex-prefeita logo no primeiro evento oficial deixa várias incógnitas sobre o futuro da campanha petista. Por exemplo: caso Marta siga manifestando tal disposição em colaborar, o trabalho do ex-presidente Lula para fazer o nome de Haddad deslanchar será intensificado?

Mais: como será feita a interlocução do ex-ministro, estreante em eleições, nas franjas da metrópole, onde o PT historicamente recebe mais votos? O grupo de Marta estará disposto a colaborar?

Apesar da irritação, os petistas ainda não desistiram: tentarão, mais uma vez, trazê-la à campanha. Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo publicada nesta segunda-feira 4, o presidente do partido no estado, Edinho Silva, disse que Marta cometeu um erro grave e “renuncia à sua liderança no momento em que o PT mais precisa dela”.

Ainda assim, disse Edinho, o PT não abrirá mão de Marta na campanha.

Nesta semana, lideranças do partido devem fazer novo apelo a ela em favor de Haddad – que, durante evento de campanha na zona sul da capital no domingo, se limitou a dizer que estava “chateado”. Segundo ele, quem não foi ao evento “perdeu uma grande oportunidade de estar com a militância do PT e com o presidente Lula”.

Hoje mais exposta do que nunca, a rebeldia de Marta mostra que o PT em São Paulo está sob tensão constante, e não é de hoje.

Em 2010, Marta cansou de contrariar o núcleo petista durante sua campanha para o Senado. Na época, Marta contratou um marqueteiro próprio – Duda Mendonça – e “cabulou” uma série de encontros organizados pela coordenação da campanha do petista Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. Era uma manifestação pública de repúdio ao fato de dividir o palanque com Netinho de Paula (PCdoB-SP), candidato apoiado pelos petistas.

Uma das maiores irritações do partido foi quando a ex-prefeita faltou a um encontro organizado em Carapicuíba ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia. A estratégia funcionou apenas para ela: dias depois, Marta foi eleita senadora, Netinho ficou em terceiro lugar (atrás também do tucano Aloysio Nunes) e Mercadante não foi sequer para o segundo turno da disputa.

*Matéria atualizada `às 17h50

 

Ausente no lançamento da candidatura de Fernando Haddad (PT) à prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) justificou nesta segunda-feira 4 a sua falta por meio de sua assessoria de imprensa. Ela atribuiu o sumiço a “um impedimento de caráter privado”.

A ausência da senadora Marta no evento, no sábado 2, pegou de surpresa as lideranças petistas que a aguardavam para um dos principais discursos do dia. A presença da ex-prefeita estava confirmada, mas ela não compareceu nem justificou a falta.

Ela também não respondeu às ligações dos petistas que tentaram contato com ela. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) mandou mensagem de mensagens de texto por celular, mas não obteve resposta.

O mesmo aconteceu com o próprio Haddad que, três dias depois, contava a repórteres durante uma visita à Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, que ainda não havia recebido nenhum sinal da ex-prefeita. O candidato disse apenas ter conseguido contato com um assessor da senadora, para perguntar o que tinha acontecido, mas ainda esperava resposta. Ao menos publicamente ele segue dizendo que conta com o apoio da prefeita para a campanha.

De toda forma, a atitude da ex-prefeita causou irritação entre os caciques do partido. Antes do evento, o PT já admitia não esperar muita devoção da ex-prefeita nos eventos corpo a corpo na periferia da cidade, onde Marta é popular e Haddad é ainda um desconhecido. Mas ainda contava com a participação dela nos eventos principais, caso do lançamento da candidatura, e na propaganda de rádio e tevê.

A ausência da ex-prefeita logo no primeiro evento oficial deixa várias incógnitas sobre o futuro da campanha petista. Por exemplo: caso Marta siga manifestando tal disposição em colaborar, o trabalho do ex-presidente Lula para fazer o nome de Haddad deslanchar será intensificado?

Mais: como será feita a interlocução do ex-ministro, estreante em eleições, nas franjas da metrópole, onde o PT historicamente recebe mais votos? O grupo de Marta estará disposto a colaborar?

Apesar da irritação, os petistas ainda não desistiram: tentarão, mais uma vez, trazê-la à campanha. Em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo publicada nesta segunda-feira 4, o presidente do partido no estado, Edinho Silva, disse que Marta cometeu um erro grave e “renuncia à sua liderança no momento em que o PT mais precisa dela”.

Ainda assim, disse Edinho, o PT não abrirá mão de Marta na campanha.

Nesta semana, lideranças do partido devem fazer novo apelo a ela em favor de Haddad – que, durante evento de campanha na zona sul da capital no domingo, se limitou a dizer que estava “chateado”. Segundo ele, quem não foi ao evento “perdeu uma grande oportunidade de estar com a militância do PT e com o presidente Lula”.

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