Política
‘Menos da metade da população vai tomar vacina’, disse Bolsonaro há um ano para desestimular a imunização
‘Essa pesquisa eu faço na praia, na rua, em tudo quanto é lugar’, alegou o ex-capitão; 67,48% completaram o 1º ciclo vacinal


Completa um ano nesta sexta-feira 7 um episódio em que o presidente Jair Bolsonaro fez mais uma de suas previsões que jamais se confirmaram. No início de janeiro de 2021, o ex-capitão disse, em contato com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada, que menos da metade da população brasileira se vacinaria contra a Covid-19.
Para o bem do controle da pandemia, 67,48% dos brasileiros completaram o 1º ciclo vacinal (com duas doses ou dose única). Os dados, atualizados na quinta-feira 6, são do consórcio de veículos de imprensa que monitoram os dados da Covid-19 no País.
Avança, também, a aplicação da dose de reforço em adultos e vislumbra-se o início – com atraso em relação ao aval da Anvisa – da vacinação de crianças de 5 a 11 anos.
“Vocês sabem quantos por cento da população vai tomar vacina? Pelo o que eu sei, menos da metade vai tomar”, declarou Bolsonaro em 7 de janeiro de 2021. “Essa pesquisa eu faço na praia, na rua, em tudo quanto é lugar.”
Neste momento, Bolsonaro direciona seus ataques à imunização de crianças – na quinta 6, chegou a dizer, em uma entrevista, que “lamentavelmente a Anvisa aprovou a vacina” para essa faixa etária. Mais uma vez, a postura demonstra o isolamento do presidente.
Pesquisa PoderData divulgada nesta sexta aponta que 71% dos brasileiros vacinariam um filho contra a Covid-19, enquanto 16% se disseram contrários à ideia e 13% não souberam responder.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Não sei se voto em Bolsonaro’, diz Janaina Paschoal, que vai se candidatar ao Senado
Por Marina Verenicz
Deputado evangélico critica Bolsonaro: Deveria ser o primeiro a ter se vacinado
Por CartaCapital
‘A população não deve temer a vacina, mas a doença’, diz sociedade de pediatria em dia de ataques de Bolsonaro
Por CartaCapital