Política

“Me recuso a ficar do lado de quem abomino”, diz Goldman sobre Doria

Goldman chegou a ser expulso dos quadros tucanos por acusação de infidelidade: votou em Haddad e Skaf

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João Doria tem muitos detratores entre os “cabeças brancas”, mas poucos são tão explícitos quanto o ex-governador Alberto Goldman. Ex-presidente do PSDB e integrante da Executiva Nacional, Goldman foi um dos primeiros a questionarem publicamente a ascensão de um dos “piores políticos que já tivemos”. Foi chamado pelo governador de “improdutivo” e “fracassado” que vive de pijamas. Revidou dizendo que era velho, sim, mas não velhaco.

Em outubro passado, Goldman chegou a ser expulso dos quadros tucanos por acusação de infidelidade, após ter declarado voto em Fernando Haddad no segundo turno contra Jair Bolsonaro e apoiado o emedebista Paulo Skaf para o governo paulista. A direção nacional sustou o ato. Sob o comando de Doria, a sigla tende a retomar o processo de expulsão. Afastado há cerca de três meses das discussões do partido para tratar de uma anemia, Goldman falou a CartaCapital sobre o que imagina do futuro do tucanato.

CartaCapital: O senhor está preparado para uma eventual expulsão? Ou prefere sair antes?
Alberto Goldman: Não vou a Brasília, não tenho cargo eleitoral, não represento coisa alguma. Vamos ver o que vai sobrar do PSDB. Tomarei minhas decisões depois da convenção.

CC: Há alguns meses, o senhor disse que haveria oposição forte à vitória de Doria. E agora, está pessimista?
AG: Não tem como estar otimista com o histórico recente. Entregaram um partido social-democrata para um político de inspiração fascista. O PSDB foi dizimado, primeiro com o controle do Doria, e depois com a derrota nas urnas.

CC: Há, na sua opinião, alguém entre os tucanos mais jovens que represente a tradição do partido?
AG: Não, nada de especial.

CC: Existe alguma chance de o senhor ficar no PSDB?
AG: Eu me filiei ao partido há mais de 20 anos, lutei por ele. Se esse partido mantiver seus ideais e princípios básicos, estou disposto a contribuir no que ainda posso. Se não, me recuso a ficar ao lado de gente que abomino.

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