‘Maximiano pode ser preso se abusar de silêncio’, afirma Alessandro Vieira

Depois de quatro adiamentos, Francisco Maximiano, dono da Precisa, deve ser ouvido pela CPI

Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos Foto: Pedro França/Agência Senado

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O líder do Cidadania no Senado e membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Alessandro Vieira (SE), afirmou que o dono Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, pode ser preso se abusar do direito de silêncio por falso testemunho. Segundo ele, além disso, “é muito provável” que o executivo seja incluído na lista de investigados, assim como ocorreu com o advogado da Precisa Medicamentos, Túlio Silveira, que na quarta-feira, 18, prestou depoimento no colegiado.

A oitiva de Maximiano está marcada para esta quinta-feira (19). Ele comparece à CPI beneficiado por um habeas corpus que lhe garante o direito a não se incriminar e a permanecer em silêncio.

De acordo com o senador, o colegiado esclareceu com o Supremo Tribunal Federal (STF) os limites do direito do habeas corpus. “No caso específico do Maximiano, ele pode se calar em uma pergunta do tipo: ‘Você pagou propina?’. Mas se pergunta é se ele conhece alguém, se já esteve com alguém ou se participou de uma determinada reunião, não”, afirmou o senador em entrevista à CNN Brasil.

Contrato suspeito

A Precisa Medicamentos está na mira do colegiado após ter supostamente representado, junto ao governo federal, o laboratório indiano Bharat Biotech na venda da vacina Covaxin. Maximiano já cancelou outros quatro depoimentos à CPI. O negócio entre a representante, o laboratório indiano e o Ministério da Saúde, em contrato cancelado de R$ 1,6 bilhão, tem suspeitas de irregularidades investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). O valor chegou a ser empenhado após tratativas céleres mesmo sem a Covaxin ter obtido aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Sobre novos depoimentos na comissão, Vieira lamentou que não houve consenso no grupo majoritário do colegiado sobre a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, à CPI. Para ele, o chamamento do ministro é objetivo e importante para o esclarecimento de temas tratados na comissão. “Mantenho o requerimento de convocação”, declarou. Para ele, no entanto, se o colegiado continuar a negar o depoimento, “paciência, a democracia funciona assim e está sujeita a erros”.


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