Mauro Cid confessou à PF ter entregue dinheiro de joias nas mãos de Bolsonaro, diz revista

Uma parte dos recursos teria sido levada a Bolsonaro ainda nos Estados Unidos

Cid deverá tratar das informações fornecidas pelo ex-comandante do Exército, Freire Gomes. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

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O tenente-coronel Mauro Cid afirmou à Polícia Federal ter entregue nas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro dinheiro proveinente da venda de presentes de luxo recebidos pelo governo do ex-capitão. A informação foi revelada nesta quinta-feira 14 pela revista Veja.

Segundo o veículo, o militar confessou à PF ter repassado a Bolsonaro 68 mil dólares, de forma parcelada, nos Estados Unidos e no Brasil.

O dinheiro referente à venda de dois relógios Rolex e Patek Philippe foi depositado na conta do general da reserva Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel. Na sequência, os recursos foram sacados e levados ao ex-presidente, de acordo com a revista.

“Em mãos. Para ele”, disse Cid à PF, conforme a reportagem. “A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente achava que não era ilegal.”

No último sábado 9, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, homologou um acordo de delação premiada entre Cid e a Polícia Federal. O magistrado também concedeu liberdade provisória ao militar, com as seguintes medidas cautelares:

  • Cid está obrigado ao recolhimento noturno e nos finais de semana;
  • terá de usar tornozeleira eletrônica;
  • terá de se apresentar perante um juiz uma vez por semana, sempre às segundas-feiras;
  • não poderá se ausentar do País e terá de entregar seus passaportes;
  • perderá o porte de arma de fogo e qualquer registro para realizar atividades de coleção, tiro desportivo e caça;
  • não poderá acessar redes sociais;
  • não poderá se comunicar com outros investigados no Inquérito das Milícias Digitais e em apurações conexas. As exceções são sua esposa, sua filha e seu pai.

Moraes também determinou o afastamento de Mauro Cid de seu cargo de oficial no Exército.


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