Marinha gastou R$ 3,7 milhões em desfile de tanques com Bolsonaro

O trajeto contou com cerca de 150 veículos militares, que passaram em frente ao Palácio do Planalto

Foto: Reprodução

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A operação militar que contou com um desfile de blindados em frente ao Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, custou cofres aos públicos 3,7 milhões de reais. O valor foi obtido pelo Estadão por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e se refere aos gastos da Marinha com a edição deste ano da Operação Formosa, um treinamento militar realizado anualmente no interior de Goiás.

Pela primeira vez, porém, a operação incluiu um desfile em frente à sede do Executivo. A passagem dos blindados pela Esplanada ocorreu no último dia 10 de agosto, mesma data em que a Câmara rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. A exibição dos blindados foi interpretada como uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de intimidar o Poder Legislativo para aprovar o texto.

O trajeto contou com cerca de 150 veículos militares, que passaram em frente ao Planalto, sob a justificativa de entregar um convite a Bolsonaro e a diversas autoridades da República para que participassem do dia de Demonstração Operativa, em 16 de agosto. O evento é um desfile que faz uma demonstração de equipamentos militares e todo ano percorre um trajeto entre o Rio de Janeiro e a cidade de Formosa, no interior de Goiás.

Dos 3,7 milhões da operação, 1,78 milhão foi para gastos de custeio de bases, 1,03 milhão para locação de ônibus para transporte, 721 mil para combustíveis, lubrificantes e graxas. 98,7 mil para materiais de saúde, 16,6 mil para suprimentos de fundos e 15 mil para passagens e diárias.

Em resposta ao pedido de informação da reportagem, a Marinha, que organiza o evento, informou que a Operação Formosa é realizada desde 1988 “com o propósito de assegurar o preparo do Corpo de Fuzileiros Navais como força estratégica, de pronto emprego e de caráter anfíbio e expedicionário, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa”.

Neste ano, pela primeira vez, o Exército e a Aeronáutica também participaram da operação. De acordo com a Marinha, a participação dos outros comandos militares aconteceu “de modo a incrementar a interoperabilidade das Forças Armadas do País”.


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