Política

Marina enfrenta Bolsonaro em debate entre presidenciáveis

Depois de um primeiro debate morno, foco do segundo encontro foi emprego, porém, sem propostas detalhadas.

Momento em que Bolsonaro pergunta a Marina sobre porte de arma e ela o questionado sobre equidade entre homens e mulheres
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Alguns candidatos à Presidência começaram a mostrar a que vieram no debate desta sexta-feira 17 da Rede TV!, ainda que de forma tímida.

O formato, diferente do realizado na Band no último dia 10, beneficiou presidenciáveis como Guilherme Boulos (PSOL), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), que foram deixados um pouco de lado no encontro anterior.  Dessa vez, eles foram instigados a falar na mesma proporção do mais inquiridos, como Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).

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O candidato do PSOL não chegou a fazer perguntas ao Bolsonaro, nem por isso o ex-militar deixou de perder a calma.

Ao chamar a Marina para o centro do palco, Bolsonaro perguntou se ela era a favor ao porte de arma. Ao responder rapidamente com uma negativa, ela puxou assunto delicado para o ex-militar, desbancado-o ao dizer que a equidade de salários entre homens e mulheres não podem ficar em segundo plano para um presidente.

“Você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa com que a gente não precisa se preocupar porque já está na CLT. Só uma pessoa que não sabe o que é ganhar um salário menor do que um homem tendo as mesmas capacidades, as mesmas competências, e ser a primeira a ser demitida é quem sabe”.  E concluiu: “Um presidente da República está lá para combater injustiça.”

Em resposta e pela segunda vez, Bolsonaro ironizou a religiosidade de Marina, dizendo que a candidata, evangélica, defende plebiscitos para discutir o aborto e a descriminalização do uso da maconha. Marina tentou interrompê-lo, que visivelmente já demonstrava nervosismo, mas ele não a deixou. 

A candidata da Rede, então, o acusou de resolver tudo a base do grito e lembrou, em referência aos ataques feitos: “o Estado é laico”. Logo em seguida, recebeu felicitações de de Boulos, ainda no debate, e de Meirelles, pelas redes sociais por “desbancar” o candidato do PSL.

O ex-militar também foi inquirido sobre temas econômicos e sobre a dívida pública. Ele voltou a citar sua equipe econômica e propôs a redução do tamanho do Estado, privatizações e abertura do comércio ao mercado externo, mas sem entrar em detalhes.

Aliás, detalhes sobre as propostas foi o que mais faltou do debate. Todos destacaram a importância de combater o desemprego, porém a maneira como isso seria feito se restringiu a comentários como investir em infraestrutura, melhorar a educação e reformas de base.

O formato também não ajudou nesse aspecto. Nos blocos de perguntas feitas pelos jornalistas aos presidenciáveis não houve espaço para réplica e tréplica.

Se Lula foi pouco mencionado no primeiro debate, desta vez foi praticamente esquecido. Os mediadores explicaram logo no início do debate que a retirada do púlpito ocorreu sob consulta de todos os participantes. O único que não concordou foi Boulos. No decorrer dos blocos, o nome de Lula não foi pronunciado. 

Os ataques ao governo atual, no entanto, vieram de praticamente todos os candidatos – Meirelles optou por se abster do assunto. 

Alckmin evitou embates. Perguntou a Álvaro Dias (Podemos) sobre saneamento básico enquanto apresentava o que foi feito na sua gestão como governador de São Paulo e tentou dialogar com eleitores do nordeste, região em que seu nome tem menos força. A mesma estratégia usou o candidato do Podemos, que quis focar suas respostas sempre no combate a corrupção.

Ciro e o tucano pareciam bastante amigos durantes perguntas que trocaram um ao outro. Cabo Daciolo (Patriota) e Bolsonaro tiveram momentos de camaradagem quando o tema era segurança pública. Boulos jogou farpas da Meirelles, voltando a citar o bolsa-banqueiro. O emedebista, por sua vez, questionou a profissão do socialista, que esclareceu: “Estou junto com sem teto, com se terra. Só não estou junto com sem vergonha”.

 

 

 

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