Marcia Tiburi e Rubens Casara: ‘Há um potencial fascista em cada um de nós’

O jurista e a filósofa falam do recém-lançado 'Um Fascista No Divã', uma peça de teatro sobre o risco do neofascismo no Brasil

Marcia Tiburi e Rubens Casara. Foto: Andrea Nestrea.

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“Há um fascista em potencial em cada um de nós. Em um ambiente democrático, temos que estar o tempo inteiro nos auto-analisando, pensando em como agir no mundo, refletindo para não correr o risco desse fascista dominar nossa personalidade”.

É o que pensa o jurista e psicanalista Rubens Casara. Nesta semana, ele e a filósofa Marcia Tiburi lançam “Um Fascista No Divã”, uma peça de teatro que retrata os perigos do neofascismo no Brasil.

“O problema do Bolsonaro não é só dele, é também de como esse esse sujeito foi levado ao poder por nós”, ressalta Márcia, em entrevista a CartaCapital.

A trama retrata dois personagens: a psicanalista e o fascista. Ela representa a sociedade burguesa, que inicialmente acha graça nesta figura, mas depois percebe o seu perigo. Sempre sentada em sua confortável poltrona.

Já o fascista é uma representação de personalidades do mundo todo que compartilham de características comuns, como ódio e desprezo pela democracia.

“Houve uma inspiração em todos esses brutamontes da política. Bolsonaro é um conjunto de homens e mulheres muito parecidos. Nos inspiramos nesses personagens da realidade. Não é só Bolsonaro, mas vários outros dessas figuras abjetas e grotescas que fazem sucesso na política brasileira desde o golpe de 2016″, explica a filósofa.


Os estudiosos explicaram o porquê optaram por uma peça de teatro ao invés de um livro teórico, característica de obras lançadas anteriormente pelos dois.

“Pensamos nessa peça como uma maneira de dialogar com o grande público sobre o risco desse pensamento autoritário. Teatro tem um poder didático e puxa as pessoas para um lugar sensível”, explica Rubens.

Além de analisar o comportamento fascista, que vem crescendo pelo mundo, os autores apontam caminhos para como derrotar esse movimento e reconquistar a ordem democrática.

Assista à entrevista completa: 

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