Política
Manuela D’Ávila pede que oposição se una a “setores mais amplos”
Para a vice de Haddad nas eleições, o erro da campanha foi a falta de unidade do campo progressista
Repensar a postura do campo progressista na luta contra os retrocessos bolsonaristas é mais do que uma necessidade para Manuela D’Ávila. Isto porque a gaúcha, que é ex-deputada federal e estadual (PCdoB-RS) e ocupou a posição de vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à presidência da República em 2018, defende com firmeza que o erro da eleição foi a falta de unidade da oposição.
Manuela acredita que as greves estudantis pela educação ocorridas em todo o país são a prova de que já está em curso esta mudança de mentalidade. Para ela, mesmo pessoas e setores que foram eleitores do presidente já se deram conta das consequências que o contingenciamento do orçamento das universidades federais representam, por exemplo. “Eles [estudantes] são a fagulha dessa amplitude”, defende.
Nos últimos dois meses, a ex-deputada esteve percorrendo o Brasil para divulgar seu primeiro livro, “Revolução Laura”, que aborda sobre como foi participar da corrida eleitoral de 2018 enquanto mãe de uma menina de menos de 3 anos.
Suas atividades atuais, no entanto, vão além. Ela lançou o Instituto “E Se Fosse Você?”, que pretende conscientizar a população para os estragos das fake news. Ela conta os casos, por exemplo, da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e da feminista Lola Aronovich, que já sofreram sérias ameaças.
Questionada se também integra essa lista, Manuela conta que, mesmo após o fim da corrida eleitoral, continua a ser alvo diário das ameaças e de fake news. Ela reitera a necessidade de tomada das redes, que “são uma assembleia popular permanente”. A gaúcha ainda responde a crítica do cantor Mano Brown, que na véspera das eleições de 2018 defendeu que a esquerda precisava ‘voltar para as bases’: “Estar nas redes é estar na base”.
Em entrevista a CartaCapital, Manuela avalia as estratégias políticas tomadas recentemente pelo campo progressista, discorre sobre o movimento estudantil, sobre a possibilidade de Lula ser libertado e o fenômeno das ‘fake news’. Confira acima a entrevista na íntegra.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.