CartaExpressa
Maioria dos brasileiros é favorável ao aborto nas situações previstas em lei, mostra pesquisa
Assunto voltou a movimentar o debate público após a Câmara reacender discussão sobre projeto que compara aborto legal a homicídio
Um levantamento realizado pelo Ipec e divulgado pelo jornal O Globo na terça-feira 16 aponta que a maioria dos brasileiros diz ser favorável ao aborto legal nas três situações permitidas por lei: em casos de estupro (58%), quando a gravidez representa risco de vida à mulher (62%) e quando o feto não possui chances de sobrevivência (67%).
O percentual de entrevistados que são contra o aborto legal varia entre 25% e 33%. A pesquisa ainda indica que 70% dos brasileiros com mais de 16 anos defendem a criminalização do aborto.
Outros 20% são a favor de descriminalizá-lo, 6% dizem que são nem contra nem a favor e 4% não quiseram responder.
A discussão em torno do aborto legal ganhou força após a Câmara dos Deputados acelerar a tramitação de um projeto que equipara a prática ao crime de homicídio.
Segundo o Ipec, dois terços da população (67%) afirmam estar informados sobre a proposta e outros 37% responderam estar pouco informados sobre o texto. Já os que sequer ouviram falar sobre o projeto somam 32%.
Entre os entrevistados que disseram saber do projeto, 56% responderam ser contra a proposta, ante 32% que são favoráveis. Os que dizem não ter opinião formada são 4% e os que não souberam responder anotam 7%.
A pesquisa ouviu dois mil eleitores em 129 municípios brasileiros entre os dias 4 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
CNJ intima juíza e desembargadora de Goiás que negaram aborto à vítima de estupro
Por CartaCapital
Moraes dá 5 dias para a PGR se pronunciar sobre norma do CFM que dificulta aborto legal
Por CartaCapital



