Maioria dos brasileiros é contra o uso recreativo de maconha, mostra Datafolha

Emprego medicinal da substância tem apoio de 76% da população

Maconha medicinal é erva in natura e extrato vegetal em todos os lugares do mundo onde está regulada

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Ao menos 72% dos brasileiros se dizem contrários a legalização da maconha para uso recreativo. É o que mostrou a pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado 23. 

Os dados apontam uma mudança significativa na opinião da população no assunto, quando comparada com a mesma pesquisa realizada em 2018, quando 66% declararam que o uso da substância deveria continuar proibido. 

Já o uso da maconha com fins medicinais conta com amplo apoio dos entrevistados. Ao todo, 76% são a favor, e 22% contra. 

Entre os entrevistados, apenas 1% afirmou utilizar medicamentos à base de cannabis. 

A pesquisa ainda mostrou que os brasileiros estão bem informados a respeito da maconha medicinal. 85% declarou ter algum conhecimento sobre o assunto. 

Em coerência ao conhecimento e ao apoio quanto ao uso da substância de forma medicinal, 67% defende a autorização do plantio para produzir medicamentos no Brasil. 


Ainda que os fármacos preparados com canabidiol e tetra-hidrocanabidinol estejam à venda no País, o cultivo da matéria-prima segue proibido. 

Quando questionados sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal que poderá descriminalizar a posse de pequenas quantidades de maconha, 61% dos entrevistados responderam ser contrários a deixar de considerar o porte como crime. Apenas 36% apoia a proposta, que já tem cinco votos favoráveis dos ministros da Corte. 

O maior apoio para a descriminalização está entre os mais ricos. 55% dos entrevistados com renda superior a dez salários mínimos se declara a favor da descriminalização. Os jovens também se mostram favoráveis, com 50% de apoio. 

A pesquisa ainda mostrou haver uma fronteira ideológica entre os que concordam com a descriminalização da maconha em pequenas quantidades. 

Entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 45% se disseram a favor, contra 23% entre os que votaram em Jair Bolsonaro (PL).

A pesquisa entrevistou 2016 pessoas, acima de 16 anos, entre os dias 12 e 13 de setembro, em 139 municípios do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 

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