Política
Maia afirma que imposto sobre transação digital será vetado na Câmara
Ideia foi ventilada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para promover desoneração da folha de pagamento


Em café da manhã com jornalistas na residência oficial da Câmara dos Deputados, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que não há chances da acasa aprovar a criação de um imposto sobre transações financeiras digitais. A possibilidade foi ventilada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que, atrelou ao imposto, a possibilidade de desonerar a folha de pagamentos, “o mais cruel e perverso de todos os impostos”, disse.
O imposto sobre transações digitais poderia incidir sobre transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativos de bancos, por exemplo. Guedes não deu explicações detalhadas sobre o assunto, mas disse que seria diferente da antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF).
“A reposta da Câmara vai ser não, [para] imposto sobre movimentação financeira com o nome que você queira dar. Você pode dar o nome que você quiser”, afirmou Maia, que ainda disse que alternativas para desonerar a folha de pagamento estão sendo estudadas.
Segundo Maia, a carga tributária sobre a mão de obra em outros países do mundo é mais baixa do que no Brasil, mesmo não havendo um imposto sobre movimentações financeiras. “Qual país razoavelmente organizado organiza seu sistema tributário com CPMF?”, questionou.
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