Política
Lula vota em São Bernardo do Campo e critica desinformação durante a campanha eleitoral
Sem citar nominalmente Marçal, Lula tratou de candidatos que ‘não tem compromisso com ninguém’ e só sabem ‘provocar e falar mentiras’


O presidente Lula (PT) votou, na manhã deste domingo 6, no 1º turno das eleições municipais de 2024. O voto de Lula, como é habitual, ocorreu na escola estadual Doutor João Firminio Correia de Araújo, em São Bernardo do Campo (SP), berço político do petista.
Após a votação, Lula falou brevemente com jornalistas e usou parte do tempo para criticar as fake news durante a campanha eleitoral. Sem citar diretamente Pablo Marçal (PRTB), Lula lamentou a ‘quantidade de mentiras’ contadas por candidatos do mesmo perfil do ex-coach.
“[Na eleição] tem agora as fake news, a quantidade de mentiras, provocações e o surgimento de candidatos que não têm nenhum compromisso com ninguém a não ser provocar e falar mentiras, fake news, e inventar histórias como vocês têm acompanhado pela imprensa“, criticou, fazendo uma referência ao recente episódio do falso laudo publicado por Marçal contra Guilherme Boulos (PSOL).
“Enquanto existir democracia, existirá o direito do povo escolher…para o bem ou para o mal, mas é o povo que vai escolher”, sintetizou. “E se ele tiver boas informações, ele sempre vai escolher para o bem. O que a gente não pode é permitir que o povo vote desinformado, sem que a gente saiba em quem está votando“, cobrou, então, Lula.
Regulação das bets
O presidente aproveitou a conversa com jornalistas na saída da seção eleitoral para tratar de outro tema do momento: a regulamentação das bets no Brasil. O petista reforçou que, até o final do mês, o governo pretende derrubar cerca de 2 mil sites de casas de apostas irregulares. Ele também confirmou que o projeto de lei com as regras para o setor será finalizado e encaminhado na semana que vem para o Congresso Nacional.
“Eu não quero impedir o povo de fazer aposta, porque no mundo inteiro o povo gosta de apostar. O que eu não posso é permitir que as apostas se transformem em uma doença, num vício, e que pessoas fiquem dependentes disso”, disse. “Eu conheço gente que perdeu casa, que perdeu carro e que gastava o salário todo em uma sexta e sábado. Isso é uma doença e que temos que tratar também do aspecto da saúde.”
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