Política
Lula sugere campanha pelo voto útil: ‘Falta um tiquinho para ganharmos no 1º turno’
O petista também mencionou ‘adversários que resolveram tentar nos atacar tanto quanto o nosso mais importante opositor’


O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, sinalizou nesta terça-feira 6 o início da busca pelo chamado “voto útil” de eleitores que hoje indicam outros nomes nas pesquisas. Ele também criticou indiretamente o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, pelos ataques ao longo da campanha.
Uma pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira 5, encomendada pela TV Globo, mostra que Lula teria 50% dos válidos no primeiro turno se a eleição acontecesse hoje, contra 35% de Jair Bolsonaro (PL). Neste cenário, em que são excluídos os votos nulos e brancos e os eleitores indecisos, Ciro marcaria 9% e Simone Tebet (MDB) chegaria a 4%.
Na segunda 5, Ciro tornou a rejeitar a possibilidade de declarar apoio a Lula em um eventual segundo turno contra Bolsonaro. Também alegou nunca ter visto o ex-presidente “tão enfraquecido, tão debilitado psicologicamente”.
“De todas as eleições que eu já disputei, esta parecia ser a mais difícil, porque estamos disputando contra alguém que não conhece nenhuma prática democrática e trabalha na base de fake news todo dia, e disputando com adversários que resolveram tentar nos atacar tanto quanto o nosso mais importante opositor”, discursou Lula nesta terça, após reunião com os partidos que integram sua coligação.
Segundo o petista, a campanha não tem de “ficar retrucando e aceitando o nível baixo”, mas “tentar discutir os assuntos que interessam ao povo brasileiro: o problema da sua dívida, do seu desemprego, de acabar com a economia informal”.
Ao sinalizar o começo da campanha pelo “voto útil”, afirmou que esta é a primeira eleição em que ele aparece com chances concretas de vencer ainda no primeiro turno.
“Se o cara que tem 1% quer ir para o segundo turno, por que a gente não pode querer ganhar no primeiro turno, se falta apenas um tiquinho? Veja quanto falta para a gente chegar lá”, declarou o ex-presidente. “A gente precisa aumentar a nossa capacidade de trabalho. Temos de perguntar todo dia o que estamos fazendo. Quantos votos eu consegui? Com quantos adversários eu conversei e quantos eu convenci? Isso é o que nós temos de fazer, companheiros do movimento social, dos partidos, dos sindicatos.”
Lula também avaliou que “a gente ainda não deu visibilidade à campanha na rua, e é preciso que a gente dê, porque a campanha precisa não apenas ser vitoriosa, mas ter uma marca de participação popular e social.”
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