Política

Lula: ‘Se voltarmos ao governo, nossa relação com a União Europeia será muito forte’

Em reunião com parlamentares europeus, o petista afirmou que o Brasil não abrirá mão da soberania na Amazônia, mas ponderou que a floresta não pertence a um país

Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, recebeu nesta segunda-feira 29, em São Paulo, uma delegação de parlamentares europeus para discutir as bases de uma reaproximação entre o Brasil e a União Europeia em um possível novo governo petista.

Além de projetar uma “relação muito forte” com os países do bloco e a concretização do acordo entre UE e Mercosul, o petista afirmou que o Brasil não abrirá mão da soberania na Amazônia, mas ponderou que a floresta não pertence apenas a um país.

A comitiva europeia veio ao Brasil sob a liderança da deputada espanhola Iratxe Gracia Perez, presidente do grupo Sociais e Democratas, com 154 cadeiras no Parlamento.

“Se ganharmos as eleições, vai ficar muito claro que o Brasil precisa da União Europeia. Precisamos de ajuda, de parceria, do ponto de vista do investimento, da troca, de ciência e tecnologia, da participação na construção de um mundo limpo”, discursou Lula no encontro.

Segundo o líder das pesquisas de intenção de voto, o Brasil precisa voltar a crescer, investir, gerar empregos e distribuir riqueza. Por isso, avalia, necessitará da ajuda de outros países, como Estados Unidos, China, Índia, nações africanas e vizinhos latino-americanos. Lula também afirmou ser preponderante a construção de uma “nova governança” na Organização das Nações Unidas.

“A ONU de 2022 não pode continuar sendo a ONU de 1948. A geografia do mundo mudou, os países mudaram, houve um avanço cultural extraordinário. Precisamos repactuar os participantes da ONU, tentar colocar outros países, de outros continentes. A gente não resolverá a questão climática se não tiver uma governança mundial que decida e que todos tenham que cumprir.”

Ao se aprofundar na importância de enfrentar as mudanças climáticas, o ex-presidente analisou que o Brasil deve exercer um papel de liderança, sem abdicar de seus territórios na Amazônia, mas compartilhando responsabilidades.

“Vocês sabem que no Brasil não abrimos mão da soberania da Amazônia, mas é importante lembrar que a Amazônia não é só nossa. Temos Amazônia na Venezuela, na Colômbia, no Peru, no Equador, tem um pouco na Bolívia e até nas Guianas”, afirmou. “O Brasil pode utilizar a Amazônia para que dela possamos extrair o suficiente para sustentar quase 30 milhões de brasileiros que moram naquela região.”

O petista declarou que o Brasil “não vai se fechar em copas” e projeta desenvolver parcerias com diversos países.

“Embora o Brasil seja o dono do território, a Amazônia é do interesse de sobrevivência da humanidade e, portanto, todos têm responsabilidade. A gente não quer transformar a Amazônia em um santuário, a gente quer explorar da Amazônia aquilo que a biodiversidade pode oferecer.”

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