Economia

Lula sai em defesa do Mais Médicos após EUA revogarem visto de funcionários brasileiros

Presidente também defendeu a cassação de Eduardo Bolsonaro e disse que não vai ficar se ‘rastejando’ para os Estados Unidos

Lula sai em defesa do Mais Médicos após EUA revogarem visto de funcionários brasileiros
Lula sai em defesa do Mais Médicos após EUA revogarem visto de funcionários brasileiros
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente Lula (PT). Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Um dia após o governo dos Estados Unidos anunciar a revogação de vistos de dois funcionários brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, o presidente Lula (PT) saiu em defesa da iniciativa nesta quinta-feira 14, durante agenda em Pernambuco. Lula participou da inauguração da nova fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Goiana, que produzirá medicamentos para o SUS.

Em seu discurso, o presidente destacou que o Mais Médicos é uma ferramenta estratégica para levar profissionais de saúde a regiões historicamente negligenciadas. “Não era possível o Brasil continuar com a elite estudando fora enquanto o nordestino, sem recursos, não tinha chance de ser médico. O governo tem que tomar decisão para levar saúde a quem precisa”, afirmou.

Lula também reforçou o impacto prático da iniciativa para atender áreas remotas e vulneráveis: “Tem prefeito que não consegue pagar um salário de médico porque ninguém quer ficar confinado numa cidadezinha do interior. O Mais Médicos garante que essas comunidades tenham atendimento e que a saúde chegue onde antes não chegava”.

A agenda do presidente em Pernambuco inclui, após a inauguração da Hemobrás, visita ao hospital Ariano Suassuna, em Recife, para anunciar ações do programa Agora Tem Especialistas, e uma cerimônia de regularização fundiária no bairro Brasília Teimosa, também na capital pernambucana.

Relação Brasil e EUA

Lula também comentou sobre a ofensiva comercial e diplomática de Washington contra o Brasil. Ele afirmou que não vai ceder a pressões dos norte-americanos. “Se os Estados Unidos não quiser comprar, tudo bem. Não vou ficar chorando, não vou ficar rastejando, a gente vende para outros países”, declarou.

O presidente contestou dados apresentados pelo governo dos EUA para justificar sobretaxas sobre produtos brasileiros, dizendo que, ao longo dos últimos 15 anos, os Estados Unidos tiveram superávit acumulado de mais de 400 bilhões de dólares no comércio bilateral. Ele também rechaçou as acusações de que o Brasil persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de que há violações de direitos humanos no país.

Eduardo Bolsonaro

No mesmo discurso, Lula fez críticas diretas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Sem citar o nome de ambos, o presidente afirmou: “Mandou o filho para os EUA, vocês têm que pedir a cassação dele. Ele está traindo o País”.

Segundo Lula, o congressista teria instigado autoridades norte-americanas contra o Brasil, o que classificou como “verdadeira traição à pátria”. O presidente disse que não aceitará interferências externas e que seguirá defendendo a regulação de plataformas digitais, mesmo diante de críticas de opositores.

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