Lula relança o Luz Para Todos com foco na Amazônia Legal e importação de energia regulamentada

Outra medida assinada por Lula nesta sexta-feira diz respeito ao início das obras do chamado Linhão do Tucuruí, uma linha de transmissão para ligar Manaus a Boa Vista

Foto: Reprodução

Apoie Siga-nos no

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou, durante cerimônia em Parintins (AM) nesta sexta-feira 4, o programa Luz Para Todos, responsável por levar energia elétrica à população localizada em regiões remotas do Brasil. A iniciativa, criada em 2003, no primeiro mandato do petista, foi desfigurada sob Bolsonaro.

No terceiro mandato de Lula, o programa pretende focar na Amazônia Legal, região com o maior percentual de domicílios sem acesso à energia elétrica, segundo dados do IBGE – os estados mais necessitados são o Acre, com 1,7% da população sem luz; Amazonas, com 1,2%; e o Pará, com 0,9%.

Durante a cerimônia, o presidente ainda assinou um decreto que autoriza a importação de energia elétrica de países vizinhos. A medida é necessária para que o País volte a comprar energia da hidrelétrica de Guri, na Venezuela.

Essa tipo de importação já era feita pelo estado de Roraima, único que ainda não está conectado ao Sistema Interligado Nacional, uma rede a ligar todos os outros estados por meio de linhas de transmissão elétrica. A compra da energia venezuelana, contudo, foi interrompida no governo Bolsonaro.

O decreto determina a criação de políticas nacionais para “integração eletroenergética com outros países”. O texto diz ainda que a compra de energia elétrica precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, após manifestação do Operador Nacional do Sistema Elétrico e da deliberação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico quando ao preço e à quantidade a ser importada.

Outra medida assinada por Lula nesta sexta-feira diz respeito ao início das obras do chamado Linhão do Tucuruí, uma linha de transmissão para ligar Manaus a Boa Vista e conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional. A obra é uma demanda antiga do governo de Roraima, que sofre frequentemente com a falta de energia, mas nunca saiu do papel.


Um dos principais impasses para a obra é que o linhão vai cortar a terra indígena Waimiri-Atroari, etnia quase dizimada durante a construção da BR-174, na década de 1960. Hoje, a população Waimiri-Atroari passa de 2.500 pessoas vivendo em 84 aldeias.

No ano passado, porém, o povo Waimiri-Atroari aceitou a linha de transmissão, que terá 237 torres dentro da TI. Uma das exigências dos indígenas foi a construção do Centro de Gestão Ambiental Kinja, a ser administrado por integrantes da etnia com o objetivo de as obras.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.